“Ao convidá-lo para assumir interinamente o GSI, uma das coisas que ele [Lula] solicitou é, sim, fazer um raio-X, uma avaliação de qualquer pessoa que tenha tido qualquer participação nos atos terroristas do dia 8 de janeiro”, afirmou Padilha a jornalistas, após participar de evento religioso, em Brasília.
“Quem participou, mobilizou, fez parte, financiou aqueles atos terroristas do dia 8 de janeiro, esteja trabalhando onde estiver, esteja assumindo responsabilidade onde estiver, não ficará com as mesmas responsabilidades”, defendeu o ministro.
Nesta semana, o Metrópoles mostrou que o Palácio do Planalto prepara um novo pente-fino de militares do Gabinete de Segurança Institucional. A decisão foi tomada após imagens do circuito interno do prédio da Presidência mostrarem o ex-ministro Gonçalves Dias, do GSI, durante os atos de 8 de janeiro.
Com a repercussão do caso, o entorno do presidente considerou como “insustentável” a permanência de Gonçalves Dias no governo, que acabou pedindo demissão do cargo. Agora, a Presidência quer levantar quais militares ainda estão em sintonia com a gestão bolsonarista. A ideia é fazer uma nova leva de dispensa de militares.
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No início do ano, logo após os ataques de 8 de janeiro, dezenas de militares do GSI foram dispensados da Presidência da República. Eles eram de patentes mais baixas, como soldados, cabos e sargentos. A maioria dos integrantes do GSI são militares das Forças Armadas, que devem voltar para suas funções.
As novas dispensas devem ser capitaneadas por Ricardo Cappelli, designado por Lula para comandar o Gabinete de Segurança Institucional de forma interina. Ao longo desta sexta, Cappelli tem coordenado uma série de reuniões para tratar do tema.
Estrutura do GSI
Também após a repercussão das imagens, voltou a ganhar força o movimento para que o Gabinete de Segurança Institucional perca o status de ministério e tenha a estrutura reformulada, virando uma secretaria especial.
A ideia passou a ser aventada ainda na transição de governo, no ano passado. O problema central era a desconfiança do então governo eleito em relação aos agentes do GSI da gestão de Jair Bolsonaro (PL).
Nessa quinta-feira (20/4), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) disse que cabe a Lula estudar e definir sobre uma eventual reformulação na estrutura da pasta.
“Cabe ao presidente estudar”, disse Alckmin. Segundo ele, a demissão de Gonçalves Dias já é um caso “equacionado”. “Ele tomou a atitude que teria que ter tomado, que é pedir demissão. E o presidente aceitou. Então, bola para frente”, afirmou.
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