O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou, nesta terça-feira (25/4), que a dívida do governo reflete na taxa de juros fixada pela instituição. A declaração foi feita durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal.
A taxa básica de juros é o principal instrumento do Banco Central para controlar a inflação. Quando o BC aumenta os juros, o objetivo é segurar a demanda aquecida, o que reflete nos preços.
Os juros mais altos encarecem o crédito e, assim, ajudam a conter a atividade econômica, com menos dinheiro em circulação. Atualmente, o índice praticado é de 13,75% ao ano.
Em resposta aos questionamentos dos senadores, o presidente do BC listou fatores que influenciam na taxa de juros. Alguns dos pontos citados por Campos Neto foram o baixo índice de recuperação de crédito e a dívida bruta do governo.
“O Brasil tem uma das menores recuperações de crédito do mundo. Só não é menor que a de Zimbábue, Venezuela e Haiti. Isso significa que, quando alguém tem uma inadimplência, o agente que cedeu não consegue recuperar o crédito. A dívida bruta brasileira é maior do que a média. É uma dívida explosiva? Não é, mas é muito maior que a média e isso reflete nas taxas de juros”, frisou.
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Após 10 meses em queda, a dívida bruta dos governos cresceu 0,5 ponto percentual em relação ao PIB e fechou fevereiro a 73%, segundo dados do próprio Banco Central. O montante soma R$ 7,352 trilhões.
Veja audiência de Campos Neto com senadores: