GERAL
Excesso de pornografia faz o cérebro regredir, aponta estudo
Com a internet, o consumo de pornografia ganhou maior amplitude e atualmente é um dos mais acessados na rede mundial de computadores. Só no Brasil, 22 milhões de pessoas assumem consumir pornografia – 76% são homens, e 24% são mulheres. A maior parcela é o público jovem (58% têm menos de 35 anos), de classe média alta (49% pertencem à classe B) e está em um relacionamento sério (69% são casados ou estão namorando). Desse total, 49% concluiu o ensino médio, e 40% têm curso superior, conforme dados do Quantas Pesquisas e Estudos de Mercado para o Canal Sexy Hot, de 2018. O estudo reforça o quanto o mercado é grande e possui alta demanda no país, principalmente pelo público masculino.
O consumo de pornografia pelos homens é tratado pela sociedade como uma prática corriqueira, ou seja, normal, especialmente durante a puberdade, mas que pode estar relacionada a problemas de saúde e gerar muitos transtornos. Muitas vezes, os homens que recorrem a esses conteúdos estão passando por problemas de disfunção erétil, ejaculação precoce, depressão, estresse ou doenças ocupacionais – as doenças do trabalho – e, ao invés de buscar ajuda profissional, encontram na pornografia a solução para os problemas. Segundo estudo publicado na revista alemã Jama Psyquiatry, assistir a cenas pornográficas pode atrofiar partes do cérebro, deixando o órgão menos eficiente.
“O consumo de pornografia e a masturbação são temas tabus, assim como marcar uma consulta com um especialista para relatar práticas como essas, dificultando que muitos homens busquem ajuda de forma mais assertiva”, aponta Gustavo Messineti, psicólogo e terapeuta sexual da Omens, plataforma dedicada à saúde e bem estar dos homens.
O vício em conteúdo pornô pode estar mascarando um problema físico ou emocional, servindo como uma “válvula de escape”, um momento de fuga da realidade, além de afetar as relações pessoais e profissionais da pessoa. “Hoje, com a ampla variedade de conteúdos de cunho sexual na internet e em diferentes plataformas, o consumo cresceu muito e se tornou mais fácil. Os homens costumam buscar mais por esse tipo de interação ou distração, justamente por terem maior dificuldade em falar com um profissional de saúde”, observa Messineti.
A pandemia da Covid-19 foi outro fator que aqueceu a indústria pornográfica no Brasil e no mundo, aumentando o consumo e deixando o público masculino ainda mais receoso de falar sobre o tema. O fato é que o assunto é complexo, envolve um tabu e é desconfortável para muitos, mas possui alta demanda e cresce a cada ano diante dos olhos. O consumo de pornografia pode sim causar efeitos e consequências prejudiciais à saúde masculina e deve ser avaliado, pois estar com a saúde mental e física em dia sempre será uma escolha saudável.