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POLÍTICA

Em Londres, Lula volta a criticar juros no Brasil: “BC tem autonomia, mas não é intocável”

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Em agenda na Inglaterra, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar Banco Central (BC) e o presidente do órgão, Roberto Campos Neto, pela decisão da última semana, que manteve a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano. “Esse cidadão não tem compromisso comigo, tem compromisso com o outro governo, que o indicou, e com quem gosta de taxa de juros alta”, disse.

“Você nunca me viu bater no Banco Central. Eu não bato no Banco Central, porque o Banco Central não é gente, é um banco. O que eu discordo é da política. É isso. Quem concorda com a política de juros a 13,75%, defenda publicamente. Eu não concordo”, iniciou Lula.

“Nós não temos inflação que garanta qualquer argumento: ‘Nós precisamos manter a taxa de juros alta, porque nós não vamos cumprir a meta’”, prosseguiu, em referência ao sistema de metas de inflação.

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Em seguida, ele afirmou que a sociedade, os varejistas, empresários e trabalhadores brasileiros “não suportam mais” o patamar atual da taxa de juros.

“O Banco Central tem autonomia, mas ele não é intocável”, disse Lula, comentando que não tem problema com a autonomia da autoridade monetária.

Segundo legislação aprovada em 2021, no governo Jair Bolsonaro (PL), a autoridade monetária ganhou autonomia para fixar a taxa básica de juros, a Selic, uma das medidas adotadas para tentar controlar a inflação.

Lula voltou a defender que o BC estabeleça metas de crescimento econômico e de geração de emprego, além de atuar no controle da inflação.

As falas foram proferidas em coletiva à imprensa em Londres, após participação na solenidade de coroação do rei Charles III, na Abadia de Westminster, em Londres.

Copom

Na última quarta-feira (3/5), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, anunciou a decisão de manter a Selic em 13,75% ao ano, o maior percentual em mais de seis anos.

Foi a primeira reunião do Copom desde a apresentação do projeto do novo arcabouço fiscal pelo governo federal, entregue ao Congresso Nacional em meados de abril.

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