Dados da ONG Greenpeace, divulgados nesta sexta-feira (12), com base no sistema Deter-B, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), apontam uma queda de 67,9% nos alertas de desmatamento na Amazônia, em comparação ao mesmo período no ano passado. Isso significa que, ao todo, foram registrados 329 km² de alertas de desmatamento, sendo a menor taxa dos últimos três anos.
Os estados do Amazonas (89 km²), Pará (86km²) e Mato Grosso (80km²) foram os que registraram maiores alertas em abril de 2023. A queda, entretanto, não significa que o desmatamento esteja mais brando. Ao contrário, as áreas de alertas acumuladas continuam muito altas. “Se considerarmos o período fiscal do desmatamento que determina a taxa oficial publicada anualmente, que vai de agosto de 2022 a julho de 2023, este acumulado até abril, em comparação com os anos anteriores, é o maior da série histórica iniciada em 2015, registrando 5.977 km² de alertas de desmatamento”, declara Rômulo Batista, porta-voz de Amazônia do Greenpeace Brasil.
Alguns fatores podem explicar esta queda significativa nos alertas de desmatamento no mês de abril, como a cobertura de nuvens, considerando que em abril de 2022 esse dado não estava disponível para todo o mês, e algumas iniciativas do governo federal, e de alguns estados da Amazônia, em defesa do meio ambiente, que inclui a ação coordenada de combate ao garimpo ilegal, exploração ilegal de madeira e outros ilícitos ambientais, considerando que tais práticas criminosas também contribuem para o avanço da destruição das florestas. Além disso, houve reestruturação nos ministérios e um aumento significativo no número de atividades de fiscalização ambiental, resultando no aumento de multas e áreas embargadas nos últimos meses.
Entretanto, para continuar avançando na premissa de zerar o desmatamento, o Brasil precisa de uma frente de trabalho estruturada e tecnológica para o combate ao desmatamento na Amazônia: “É muito importante ter um trabalho integrado entre diversos órgãos, atuando no comando e controle no chão da floresta. Mas é preciso promover inovações tecnológicas, legais e infralegais, considerando que a destruição da floresta hoje é operacionalizada por meios tecnológicos inovadores. Além disso, é preciso atuar diretamente na fiscalização de instituições financeiras que têm coparticipação direta no aumento do desmatamento”, finaliza Rômulo.