POLÍCIA
Agentes da GCM vendiam segurança particular para comerciantes do centro de SP
Agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) de São Paulo montaram um esquema de milícia em que cobravam, indevidamente, serviços de segurança particular para comerciantes no centro da capital paulista, região que atualmente abriga a Cracolândia.
O caso foi trazido à tona pelo Jornal da Band, e, após a exposição, sete guardas foram afastados pela Prefeitura de São Paulo. O Ministério Público do Estado irá investigar o caso.
O telejornal mostrou conversas entre o guarda Elisson de Assis e um comerciante. “Eu quero te mostrar a diferença entre ter segurança e não ter”, diz Assis em determinado trecho da chamada.
“Eu tô pra [sic] ajudar, não tô pra extorquir ninguém. Tem cara que cobra R$ 5 mil, R$ 4 mil por loja. Eu prefiro ter um contratante/amigo”, afirma o guarda, tentando convencer o comerciante a pagar pela segurança extra. Ainda segundo o jornal, comerciantes afirmam que aqueles que não aderem ao esquema eram vítimas de vandalismo e intimidações.
Assis é dono de uma empresa de segurança privada em São Paulo e ainda oferecia notas fiscais para os comerciantes que comprassem o serviço. A nota, porém, era destinada a uma outra empresa, em nome de Mayara Ximenes Nascimento, que seria uma laranja de Assis.
As duas empresas – do agente e de Mayara – foram abertas com dois meses de diferença e ficam localizadas no mesmo endereço. A suspeita é que Assis usasse a segunda para burlar a lei municipal que proíbe guardar civis de participar ou administrar empresa privada de segurança.
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) falou à emissora que irá pedir a exoneração dos profissionais envolvidos no esquema. “Não vai ser um ou outro que vai fazer com que a imagem importante da GCM seja abalada. Nós estamos com vocês. Essas pessoas que cometeram essas falhas serão punidas rigorosamente. Mandei afastar, vão ser exoneradas. Nós não vamos permitir que dois, três ou quatro, aliás afastei sete GCMs ontem. Como é que pode sete pessoas fazer isso com a corporação? Sete pessoas. Esses caras vão… eu não vou nem falar”, disse, irritado, o prefeito de São Paulo.