POLÍCIA
Homens em situação de rua são baleados após serem acusados de roubo pelo ‘tribunal do crime’ em Rio Branco
Os moradores em situação de rua Fredson Menezes de Oliveira, 44 anos, Elino da Silva Maciel, 40, e Achilles da Silva Cunha, 31, foram feridos a tiros na noite desta quarta-feira (21), após serem “condenados” pelo “tribunal do crime” no ramal São José, no bairro Belo Jardim 1, na região do Segundo Distrito de Rio Branco.
Segundo informações da polícia, Fredson, Elino e Achilles foram abordados em via pública e sequestrados por membros de uma organização criminosa que comanda o bairro Cadeia Velha. Os criminosos, em posse de armas de fogo, fizeram os três homens de reféns e colocaram eles em um veículo e os levaram até ao Ramal São José, no bairro Belo Jardim 1.
Ao chegar no local, as vítimas foram acusadas pelo roubo de uma motocicleta, foram julgadas e condenadas pelo “tribunal do crime organizado” e determinaram uma pena de várias ripadas. Antes de serem liberados, os moradores em situação de rua foram feridos com um tiro na mão (para deixar de exemplo para quem rouba nas áreas dominadas pelas facções). Após a ação, os membros da facção fugiram do local.
Moradores da região escutaram os tiros e os gritos por socorro e foram até onde os três moradores em situação de rua estavam feridos, e acionaram uma ambulância e a polícia.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e enviou uma ambulância de suporte básico até o local para prestar os primeiros atendimentos e, depois de terem o quadro clínico estabilizado, as vítimas foram encaminhadas ao pronto-socorro de Rio Branco, em estado de saúde estável.
A Polícia Militar esteve no local do crime, colheu as características dos autores dos disparos e em seguida fez patrulhamento na região em busca de prender os acusados do crime, mas ninguém foi encontrado.
Os moradores de rua não quiseram passar muitas informações sobre o ocorrido, apenas informaram que receberam um corretivo da organização criminosa pelas supostas práticas de roubo.
Agentes de Polícia Civil da Equipe de Pronto Emprego (EPE) colheram as primeiras informações e o caso será investigado pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).