MUNDO
Guarda Costeira dos EUA aponta ‘implosão catastrófica’ e confirma mortes
A Guarda Costeira dos Estados Unidos informou na tarde desta quinta-feira, 22, ter encontrado os destroços do Titan, submarino desaparecido, que fazia expedição para visitar o Titanic. Em coletiva de imprensa, as autoridades norte-americanas apontam uma ‘implosão catastrófica’ e confirmam mortes dos cinco tripulantes que estavam a bordo do submersível.
“Em nome da guarda costeira dos EUA dou os pêsames para as famílias. Só consigo imaginar como isso tem sido para eles e espero que essa descoberta traga algum conforto nesse momento tão difícil”, disse o contra-almirante da Guarda Costeira dos Estados Unidos John Mauger.
De acordo com ele, as partes do submersível estavam a 3.800 metros de profundidade, cerca de 487 metros de distância da proa do Titanic. “Os destroços são consistentes com uma perda catastrófica de pressão do submersível”, afirmou.
Ao menos cinco partes do submarino foram encontradas, incluindo a tampa traseira, estrutura e a parte frontal da estrutura. Apesar do ambiente ríspido, a busca pelos corpos dos passageiros continuará, como apontou Mauger.
“Continuaremos a trabalhar e a vasculhar a área lá embaixo, mas não tenho uma resposta sobre as perspectivas”, disse o contra-almirante, que acredita que as autoridades ainda levarão um tempo para determinar a linha do tempo dos eventos que provocaram a ‘falha catastrófica’ do submersível.
Segundo as autoridades, os ruídos que foram captados nos últimos dias, aparentemente, não tinham nenhuma relação com o submersível. Acredita-se que a implosão tenha gerado um forte barulho, mas há indícios de que a catástrofe tenha ocorrido antes do início da operação de resgate, já o som não foi captado pelos navios e sonares que participavam da operação.
Os destroços foram encontrados com o auxílio da sonda canadense Horizon Arctic, juntamente com 2 robôs especializados em exploração submarina, que alcançaram a profundidade máxima do Oceano Atlântico dentro da área de busca designada, abrangendo aproximadamente 20 mil metros quadrados.
Mortes confirmadas
Pouco antes da entrevista coletiva da Guarda Costeira, a OceanGate, responsável pelo submarino desaparecido no norte do Oceano Atlântico, já tinha confirmado a morte dos cinco tripulantes que estavam a bordo do Titan. “Lamentamos morte da tripulação”, disse a empresa em um comunicado.
Estavam a bordo do submarino o bilionário britânico Hamish Harding, de 58 anos, o empresário paquistanês Shahzada Dawood, 49, e seu filho Suleiman Dawood,19, Paul-Henri Nargeolet, 73, especialista nos destroços do Titanic e mergulhador, e Stockton Rush, 61, CEO da OceanGate Expeditions.
Leia a íntegra do comunicado da Ocean Gate
“Agora acreditamos que nosso CEO Stockton Rush, Shahzada Dawood e seu filho Suleman Dawood, Hamish Harding e Paul-Henri Nargeolet, infelizmente, foram perdidos.
Esses homens eram verdadeiros exploradores que compartilhavam um distinto espírito de aventura e uma profunda paixão por explorar e proteger os oceanos do mundo. Nossos corações estão com essas cinco almas e todos os membros de suas famílias durante esse período trágico. Lamentamos a perda de vidas e a alegria que eles trouxeram para todos que conheciam.
Este é um momento extremamente triste para nossos funcionários dedicados que estão exaustos e sofrendo profundamente com essa perda. Toda a família OceanGate é profundamente grata aos inúmeros homens e mulheres de várias organizações da comunidade internacional que enviaram recursos de grande alcance e trabalharam arduamente nesta missão.
Agradecemos seu empenho em encontrar esses cinco exploradores e seus dias e noites de trabalho incansável para apoiar nossa tripulação e suas famílias.
Este é um momento muito triste para toda a comunidade de exploradores e para cada um dos familiares daqueles que se perderam no mar.
Pedimos respeitosamente que a privacidade dessas famílias seja respeitada durante este momento tão doloroso”.
Entenda o caso
O submarino da OceanGate partiu para expedições aos destroços do Titanic –famoso navio que afundou em 1912, localizados a aproximadamente 600 km da costa do Canadá a 3.800 metros de profundidade–, no último domingo, 18. A comunicação com o subersível foi perdidade a 1h45m do início da expedição, mas a empresa só notificou as autoridades sobre o desaparecimento 8 horas depois.
As guardas costeiras dos Estados Unidos e do Canadá realizaram operações de busca e resgate com helicópteros, navios e sondas controladas remotamente. Inicialmente temia-se que a tripulação ficasse sem oxigênio já que o submersível tinha capacidade de oxigênio para 96 horas.
A OceanGate cobra US$ 250 mil (R$ 1,19 milhão) por passageiro para participar de suas expedições e ter a oportunidade de observar os destroços do navio. O submersível levava em média 2,5 horas para chegar ao local dos destroços, que se encontra a uma profundidade de 3.800 metros no Oceano Atlântico.