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MUNDO

Pesquisadores comprovam que cérebro pode servir como ‘esconderijo’ para HIV

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Pesquisadores dos EUA comprovaram que o cérebro humano pode servir como um “esconderijo” para o HIV. O estudo, que foi publicado na revista científica Journal of Clinical Investigations, confirma que um tipo de célula imune do cérebro pode servir como um reservatório para o HIV latente. Existe uma fase do ciclo de infecção do HIV chamada de latência. Nela, o vírus ainda fica incubado e o paciente pode ficar vários anos sem ter nenhum sintoma. Essa é uma estratégia que o vírus “aprendeu” para escapar dos ataques dos fortes remédios usados para combatê-lo.

Atualmente, o tratamento consegue impedir com sucesso a replicação do vírus, mas infelizmente não elimina o HIV latente. Por isso, as pessoas que são HIV positivas podem ficar com a infecção sob controle e não transmitirem mais o vírus, mas não dá para dizer que elas estão curadas. Se o tratamento for interrompido, o vírus pode “acordar” e progredir para o desenvolvimento da Aids.

Agora, os pesquisadores confirmaram que o HIV também pode fazer seu esconderijo em um tipo de célula imune do cérebro que tem uma vida útil de 10 anos —as chamadas células microgliais. Os cientistas já suspeitavam disso no passado, mas faltavam provas em humanos.

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Como foi feito o estudo? Primeiro, eles analisaram o cérebro de macacos com vírus da imunodeficiência símia (SIV), muito parecido com o HIV. O objetivo era obter uma melhor compreensão de como extrair e purificar células viáveis.

Em seguida, eles isolaram e separaram as células mieloides cerebrais altamente puras das células CD4+ —os principais “coordenadores” da nossa resposta imune— que estavam passando pelo tecido cerebral.

Além disso, os autores avaliaram também amostras cerebrais doadas por indivíduos soropositivos inscritos no estudo The Last Gift, da Universidade da Califórnia em San Diego, antes de morrerem. Essa iniciativa é composta por pessoas que decidiram doar seus órgãos para a ciência.

A pesquisa teve um pequeno número de amostras de doadores humanos, mas os cientistas disseram que o resultado é importante para desenvolver futuros tratamentos com o objetivo de eliminar o HIV “escondido” no cérebro.

“Estamos começando a desvendar o mecanismo único que permite a latência do HIV na microglia cerebral”, disse o autor sênior Guochun Jiang, em comunicado.

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