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REFORMA TRIBUTÁRIA 2023: Perfume paga mais imposto do que água de colônia? Veja o que pode acontecer agora para frente
No domingo, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), declarou que a votação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Reforma Tributária 2023 provavelmente ocorrerá até sexta-feira (7).
Essa PEC propõe a implementação de um sistema de cobrança única, substituindo cinco impostos por meio do modelo conhecido como Imposto sobre Valor Agregado (IVA).
Além disso, a proposta visa estabelecer alíquotas menores para os setores de saúde, educação e cesta básica, introduzir o conceito de “cashback” e impor o IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores) para jatinhos, iates e lanchas.
Em resumo, a PEC da Reforma Tributária 2023 tem o objetivo de simplificar o sistema tributário brasileiro, reduzir a carga fiscal e tornar a arrecadação mais eficiente.
A questão do perfume e da água de colônia exemplifica bem essa disparidade entre as porcentagens cobradas.
Enfim, quer entender muito mais sobre esse assunto tão importante? Continue essa leitura e você poderá esclarecer várias questões sobre as novas regras para a cobrança de impostos.
Perfume x Água de colônia: proposta de reajuste dos impostos
A nova regra proposta visa estabelecer uma igualdade de tributação para produtos específicos ao circular no mercado. Eliminando assim as disparidades existentes devido às influências de lobby setorial junto ao governo.
Atualmente, certos setores têm a capacidade de exercer pressão e obter benefícios fiscais privilegiados, resultando em uma carga tributária desigual entre diferentes produtos.
Assim, com a implementação dessa medida, através da Reforma Tributária 2023, busca-se promover um ambiente mais justo e equitativo para todos os produtos, independentemente de sua origem ou influência política.
Isso evitaria distorções no mercado e garantiria uma concorrência mais saudável entre os diferentes setores.
O exemplo mencionado no início do texto, que ilustra perfeitamente a desigualdade nessas taxas, foi feito por Manoel Ventura, que é repórter do jornal “O Globo” no Distrito Federal, confira:
“No Brasil, o perfume tem um imposto de 27,3%, mas a água de colônia tem imposto de 7,8%. Se você vê um perfume chamado água de colônia, é simplesmente porque é mais barato pagar imposto sobre a água de colônia do que sobre perfume ou algum outro produto popular.”
Qual será o montante do imposto definido pela Reforma Tributária 2023?
A proposta atualmente em discussão na Câmara dos Deputados não estabeleceu uma previsão precisa sobre qual será o valor dessa alíquota. Essa incerteza tem sido alvo de críticas em relação à Reforma Tributária 2023.
É importante ressaltar que foi informado que diversos detalhes referentes à proposta serão definidos no futuro, após a aprovação da reforma.
Vale mencionar que, o Ministério da Fazenda está realizando cálculos levando em consideração a premissa de não aumentar nem diminuir a carga tributária de forma geral.
Todavia, as projeções indicam que a alíquota do IVA poderia chegar a 25%. Esse aumento significativo na alíquota pode sobrecarregar o setor de serviços e impactar a classe média, que é a principal consumidora de serviços no país.
Caso essa porcentagem seja confirmada para o futuro IVA, o imposto estaria entre os mais elevados do mundo. Assim, essa situação pode ter implicações significativas tanto para as empresas do setor de serviços quanto para os consumidores.
“O Ministério da Fazenda rebate e diz que há uma série de compensações que serão feitas. Mas o fato é que é natural imaginar que vai haver um aumento importante da carga para o setor de serviços e quem consome.”
Observações importantes
Por fim, é importante destacar uma questão sobre o empenho do presidente da Câmara, Arthur Lira.
Ao buscar a aprovação da Reforma Tributária 2023 nesta semana, se evidencia a intenção de transformar esse tema em uma espécie de marca distintiva de seu segundo mandato.
Dessa forma, assumindo a liderança nessa discussão, Lira está adotando uma postura proativa, engajando-se diretamente com os governadores para buscar um consenso favorável à reforma.
Como mencionamos, a justificativa para a implementação das novas diretrizes é a de que ela simplificaria o emaranhado de normas relacionadas ao pagamento de impostos por parte das empresas.
De uma forma geral, essa estratégia fortalece seu papel como líder político e facilita o diálogo entre os entes federativos, buscando uma cooperação efetiva para o avanço das mudanças tributárias necessárias.