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Apontado como folclórico, Tijolinho era um candidato de causas, sonhos e projetos

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Tijolinho morreu aos 71 anos/Foto: Reprodução

O político Antônio Neris Gouveia, o “Tijolinho”, que faleceu na manhã desta sexta-feira (14), por infarto, em casa, aos 71 anos de idade, não era apenas folclórico, apesar de mal interpretado e tão pouco votado pelo eleitor nas seis eleições seguidas que disputou desde o ano de 1992 até 2010. Era o que se pode dizer de um homem de causas, cheio de sonhos e de projetos concretos, como o que lhe valeu o apelido pelo qual passou a ser conhecido, como o de pavimentar todas as ruas do Acre com tijolos.

Dizia que matéria prima (o barro) e tecnologia suficiente para transformar o Acre num Estado de todas as ruas pavimentadas a tijolos, o território tem à vontade. Aliado à indústria da pavimentação, ele sonhava também com a geração de emprego para a população mais pobre, segundo constava de seus planos nas duas vezes em que disputou o Governo do Estado, em 2002 e 2010, pelo PRTB. Pelo mesmo partido, em 2006, disputou mandato de candidato de deputado estadual na Assembleia Legislativa do Estado do Acre (Aleac).

Em 2011, quando o já eleito e empossado governador Tião Viana anunciou o programa de paviementação de todas as ruas do Acre chamado de “Ruas do Povo”, que hoje está judicializado e sob investigação sob suspeita de desvios de dinheiro público que podem chegar à casa de pelo menos R$ 1 bilhão, “Tijolinho” chegou a acusar o petista de plágio de seu projeto lançado em campanhas anteriores. Foi demovido da ideia à custa de muita conversa por parte dos assessores do governador.

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CONFIRA UM DOS JINGLES DE TIJOLINHO: 

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A série de seis candidaturas começou em 1992, para vereador por Rio Branco, pelo PFL. Em 1996, voltou a disputar o mesmo cargo, agora pelo PTdoB. Em 2000, disputou a prefeitura de Rio Branco, de novo pelo PRTB e só em 2002, com Jorge Viana disputando à reeleição pelo PT, tendo como adversário o ex-governador e ex-senador Flaviano melo (MDB), o professor José Mastrângelo (PPS) e um certo Antônio Edson da Silva, pelo PSL. Naquele pleito, Jorge Viana levou a melhor, eleito em primeiro turno, com 165.5768 votos; Flaviano Melo, com 87.609 votos; José Mastrangelo, com 6.078votos, José Édson da Silva obteve 597 votos, e ele, “Tijolinho”, o quarto colocado entre quatro candidatos, com 568 votos.

Nas eleições de 2010, quando disputou com dois pesos pesados da política acreana de nome Tião, o Viana, o PT, e Boclaom, então o PSDB, o atual prefeito de Rio Branco, seu cacife eleitoral melhorou um pouco e o total de votos chegou a 1.035 – ou seja, 0,31% do eleitorado; Tião Viana levou a melhor, com uma vitória apertada sobre Bocalom, com 50,51% dos votos contra 49,18%.

Seu corpo está sendo velado na Capela São João Batista/Foto: Reprodução

Apesar de em 2018 não ter mais concorrido a nada e ter declarado que estava se aposentando da política apesar de convidado para se filiar em vários partidos, ele manifestou à esposa, dona Nazaré, vontade de voltar à política candidatando-se de novo a vereador em 2024. “Eu não ganho, mas fico no meio da bagunça”, teria dito a amigos e familiares em tom de brincadeira, como era bem do seu estilo de pessoa bem resolvida e bem humorada.

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Não deu tempo. Foi encontrado morto hoje pela manhã no banheiro de casa, pela esposa. Morreu provavelmente de madrugada, em silêncio. Seu corpo está sendo velado na Capela São João Batista na rua Antônio da Rocha Viana, ao lado da TV a Gazeta. Será sepultado amanhã as 10 horas no cemitério São João Batista.

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