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Colono que morou quase 40 anos no Caeté diz que comeu carne de onça: “Diferente”
Encravada no vale do Iaco, a cidade de Sena Madureira conta com quatro rios: Iaco, Caeté, Purus e Macauã, além de vários igarapés. Grande parte de sua população reside na zona rural, principalmente às margens do rio e é de lá que surgem muitas histórias marcantes.
Uma delas é a do ex-seringueiro Raimundo Freitas, de 70 anos. Ele morou durante 36 anos no alto rio Caeté e nesta semana, em entrevista à imprensa local, relembrou alguns momentos de sua trajetória.
De acordo com ele, naquela época as coisas eram difíceis, especialmente no verão quando o rio não dava acesso à cidade. “Era preciso fazer um bom rancho, comprar muitas mercadorias para levar no inverno. Mesmo assim, faltava muita coisa. Nós enfrentamos muitas dificuldades”, disse ele.
Apesar disso, o morador conseguiu sustentar a família com dignidade. Chegou a produzir sozinho, em determinado ano, quase 800 quilos de borracha. “Não consegui ganhar muito dinheiro com a borracha, mas foi através dela que consegui sustentar meus filhos e minha esposa”, relembrou.
Perguntado sobre os perigos que a floresta oferece, Raimundo Freitas disse que não tinha medo e que chegou a matar, em datas distintas, duas onças. “Além de matar, eu comi a carne das onças. Não estraguei. O gosto é diferente, mas eu chegava da estrada de seringa com fome, então comia a carne das onças”, confirmou.
Raimundo Freitas destacou que cortou seringa por 39 anos. Além do Caeté, ele também morou no Iaco e no Macauã. Decidiu vir embora para a zona urbana depois ter sua saúde afetada.