ENTRETENIMENTO
Gravidez pós-burnout: Izabella Camargo fala da depressão e dá 3 dicas para mães
Após se recuperar do burnout, nome dado ao estresse crônico causado pelo trabalho, Izabella Camargo decidiu ser mãe e se surpreendeu com quão rápido engravidou em 2020. A surpresa veio com a alegria da realização familiar e com os medos que cercam todas as mulheres nessa fase da vida.
O que ela não temeu foi um terceiro burnout – Izabela enfrentou a doença duas vezes entre 2018 e 2019. A jornalista e palestrante enfrentou uma série de problemas de saúde, de dores de cabeça a taquicardia, passando por problemas no estômago e intestino, como já relatou ao Terra.
Para se recuperar, recorreu à medicina tradicional, com acompanhamento psicológico e psiquiátrico, mas também buscou terapias alternativas. Nesse processo, ela se dedicou a uma jornada de autoconhecimento, mudou seu estilo de vida e entendeu o que podia fazer para evitar recaídas.
“Como o burnout não tem cura, tem tratamentos e vigilância constante – porque pior do que o primeiro é o segundo burnout, e eu tive; pior do que o segundo é um AVC [acidente vascular cerebral] -, eu estava muito atenta porque não podia bobear”, afirma em nova entrevista ao Terra.
Aos 40 anos
“Quando eu fiquei grávida, eu não fiquei com medo de ter um burnout, eu fiquei com medo das cobranças que eu já estava vivenciando por ser mãe aos 39, 40 anos”.
Izabella conta que o desejo pela maternidade surgiu justamente após enfrentar o esgotamento mental e atravessar o período mais duro da pandemia. A gestação da filha Angelina, hoje com 2 anos, não demorou após ela decidir suspender o uso de anticoncepcional.
A jornalista divide os cuidados que adotou para não sofrer com a sobrecarga de trabalho ao unir carreira e maternidade. Confira:
Rede de apoio é essencial
Para Izabella, o fator que torna o puerpério tão difícil para as mães é a privação de sono e ela, felizmente, não precisou passar por isso.
“Tive a sorte de ter uma sogra que me ajudou muito no primeiro mês porque não tem como uma mulher estar bem de saúde dormindo pouco”, defende, ao lembrar que tal privação contribuiu para que ela chegasse ao burnout.
“Evidente que se a mãe não dorme e tem uma série de novas demandas com o nenê, ela vai ficar mal. E quem dorme mal, vive mal”, acrescenta.
A avaliação da psicóloga Larissa Fonseca corrobora com isso. Em entrevista anterior ao Terra, ela pontuou que a privação de sono pode favorecer o desenvolvimento de quadros de ansiedade e depressão pós-parto.
“Há algo extremamente marcante no comportamento privado de sono, que é a irritabilidade, agressividade e dificuldade no raciocínio. Mães privadas de sono são propensas a acidentes. O organismo em privação de sono está em total desequilíbrio, inclusive emocional”, destacou a profissional, especialista em burnout e em fase de especialização em Psicologia do Sono pelo Instituto do Sono.
Imposição de limites
Uma das lições que Izabella tirou da doença foi sobre a imposição de limites. Enquanto se recuperava, ela aprendeu a dizer não e a delegar/ distribuir tarefas, o que lhe evita sobrecarga também em relação à maternidade.
Pedir ajuda
Do mesmo modo, a jornalista também aprendeu a pedir ajuda. No caso da pequena Angelina, isso inclui confiar nas pessoas para cuidarem da menina enquanto ela dá conta de outras tarefas e descansa.
Essa foi uma medida que Izabella precisou botar em prática logo no início da sonhada gestão quando, sem entender, começou a se sentir “estranha e melancólica”. “Falei com a minha psiquiatra: ‘Dra Camila, tem alguma coisa acontecendo”.
Eram os primeiros sinais de uma depressão, que não raramente atinge gestantes. Na ocasião, ela foi medicada e a profissional a ajudou a entender que a raiz do problema era o medo de deixar de ser a mulher e profissional que sempre foi ao se tornar também mãe.
Mas, ao procurar ajuda, Izabella evitou que o problema evoluísse. “Se eu não tivesse falado com ela, tivesse fingido que não estava sentindo, eu teria tido a Angelina e um puerpério violento. Então, como eu já tratei a depressão no início da gestação, eu não vivi esse puerpério violento”, avalia.