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POLÍTICA

Haddad diz esperar “corte mais consistente” da taxa de juros

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (2/8) que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) tem todas as condições de reduzir a taxa básica de juros (Selic) em pelo menos 0,5 ponto percentual na reunião que se encerra nesta noite.

Atualmente, a Selic está em 13,75% ao ano. Como mostrou o Metrópoles, a maioria dos analistas do mercado aposta em uma redução de 0,25 ponto percentual (para 13,5% ao ano). Haddad, no entanto, falou até na possibilidade de uma redução de 0,75 ponto percentual.

“Nós estamos em um dia decisivo. Já tem gente do mercado apostando até em uma queda de 0,75 ponto percentual. Ninguém espera a manutenção da taxa. Não existe um economista com reputação que possa defender a manutenção da taxa”, afirmou, durante o programa “Bom dia, ministro”, exibido nesta quarta pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), a emissora oficial do governo.

“Tudo isso aponta, em uma direção técnica, para um corte mais consistente. Hoje, o mercado está pendendo mais para 0,5 ponto percentual, embora tenha gente no mercado apostando em uma queda de 0,75. Penso que as perspectivas são muito boas”, disse Haddad.

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“A taxa Selic hoje é a maior do mundo, em termos reais. Temos um espaço importante para a queda da taxa básica. Quando cai a taxa básica de juros, o que certamente vai começar a acontecer hoje, você tem uma perspectiva de diminuição do juro futuro, as empresas vão começar a captar mais barato e, no final, isso acaba chegando ao consumidor”, prosseguiu o ministro da Fazenda.

Na entrevista, Haddad destacou a desaceleração da inflação no país nos últimos meses. A elevação da taxa de juros é o principal instrumento dos bancos centrais para conter a inflação.

“O Brasil viveu um surto inflacionário. A inflação chegou a dois dígitos, depois de muitos anos controlada, passando de 10%. Houve um esforço monumental do governo em dar um freio de arrumação nisso, para que os preços parassem de subir e, em alguns casos, começassem a cair”, afirmou Haddad.

“A inflação hoje está na casa de 3,2%. O esforço que foi feito surtiu efeito. Nós demos um choque de credibilidade no país, que estava completamente desgovernado”, continuou o ministro. “O dólar, que chegou a quase frequentar o patamar de R$ 6 no governo anterior, hoje está em R$ 4,75. Isso deu uma vantagem muito grande ao Brasil. Quando você traz o câmbio para um patamar normal, há impacto sobre o preço.”

Desenrola

Durante a entrevista, Fernando Haddad também falou sobre o programa Desenrola Brasil, de renegociação de dívidas. Em duas semanas, o programa superou R$ 2,5 bilhões em volume financeiro.

Ao todo, o número de contratos renegociados somou mais de 400 mil nas duas primeiras semanas, segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Os bancos “desnegativaram” cerca de 3,5 milhões de registros de clientes que tinham dívidas de até R$ 100.

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“Nossa expectativa é que as dívidas bancárias (renegociadas) possam atingir, até o fim do ano, R$ 50 bilhões. Nós temos muito espaço até o fim do ano para renegociação”, disse Haddad. “Os bancos têm muito interesse em fazer essa renegociação. Os descontos oferecidos até aqui podem chegar a 96% da dívida.”

Neste mês de agosto, segundo Haddad, a nova etapa do Desenrola prevê um “leilão dos credores” envolvendo dívidas não bancárias. “O credor que der o maior desconto vai ter a sua dívida garantida pelo Tesouro Nacional”, diz o ministro.

“Se você tem uma dívida de R$ 1 mil e o credor não bancário deu 80% de desconto, ele terá a certeza de que receberá os R$ 200 porque terá aval do Tesouro Nacional. E você poderá parcelar esse valor na sua agência bancária”, afirmou.

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