Pesquisar
Close this search box.
RIO BRANCO
Pesquisar
Close this search box.

POLÍTICA

Eduardo Braga quer uma reforma tributária que não aumente impostos

Publicado em

Após sua primeira reunião de trabalho com técnicos da consultoria do Senado, do Tribunal de contas da União e especialistas convidados, o senador Eduardo Braga (MDB-AM) antecipou nesta quarta-feira (2) que seu trabalho como relator da reforma tributária terá como prioridade manter a neutralidade da carga de impostos aplicada hoje aos contribuintes e estabelecer um viés de queda para o futuro.

“Acho que o país precisa de uma reforma tributária que tenha alguns fundamentos iniciais, entre eles a neutralidade. O que significa dizer que não haverá aumento da carga tributária”, observou o senador em entrevista coletiva.

Para que isso seja cumprido, o senador disse que está aguardando os levantamentos solicitados ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e técnicos da Receita Federal para saber o impacto final que as excepcionalidades aprovadas no texto da Câmara terão sobre a reforma como um todo.

Continua depois da publicidade

“Essa reforma deverá ser neutra, simplificadora do sistema tributário, para que ela possa reduzir custos da operação tributária, e com isso ampliar a base, para que mais pessoas possam pagar tributos, aumentando a competitividade da economia brasileira, fazendo com que ela cresça, o PIB cresça, gere-se mais emprego, aumente-se, portanto, a arrecadação. E a partir desse primeiro ciclo, possa se estabelecer um viés de queda da carga tributária, tendo em vista que a receita cresce em função da ampliação da base tributária”, acrescentou.

Plano de trabalho

Eduardo Braga manteve a previsão de votação da reforma até outubro. Ele fechará seu plano de trabalho tão logo a redação final da reforma tributária chegue ao Senado, o que poderá acontecer nesta quinta-feira (3). A expectativa é de que o texto seja entregue pessoalmente pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). De qualquer forma, o senador adiantou que pretende promover de 6 a 8 audiências, algumas em reuniões conjuntas das Comissões de Constituição e Justiça (CCJ) e de Assuntos Econômicos (CAE).

“Mas a tramitação será na CCJ, que, pelo regimento do Senado, analisará não só admissibilidade da proposta, como também o seu mérito, embora estejamos abertos às contribuições de outras comissões, como a CAE e a Comissão de Desenvolvimento Regional”, explicou.

Questão federativa

Na avaliação do senador, há hoje uma grande preocupação na Casa com o impacto da reforma tributária sobre os aspectos federativos “Isso impacta na federação. Estados e municípios serão impactados. Muitos deles, no Norte e Nordeste, dependem do FPM. Basicamente, como receita tributária central. E essa transição de origem e destino em regiões muito pobres, vai levar um determinado tempo para que o consumo no destino possa ter o impacto que seja de atividade econômica, gerador de valor agregado”, ressaltou.

Continua depois da publicidade

Ele destacou que a perda de arrecadação para alguns estados será muito profunda com a mudança na cobrança dos novos tributos sobre consumo, de origem para destino. “Essa transição de certa forma viabiliza a reforma. Assim, considero que ainda é cedo para dizer se é possível diminuir o prazo de transição. Como é um tributo nacional que passará a ter impacto nacional, só poderá estar valendo quando todos estiverem em condição de ter implementados”, justificou.

No caso específico do Amazonas, o senador explicou que o texto aprovado pela Câmara estabeleceu 2 tipos de fundos para atender a Zona Franca de Manaus: um específico sobre tributos gerados no próprio estado e outro que é que vai compensar todos os estados que vão ter perdas. “O Amazonas será o estado que mais perderá receita e arrecadação. Pelo menos 15% do PIB no período de transição, dito pelo Ministério da Fazenda, e 80% da arrecadação do estado”, justificou.

Como relator, Eduardo Braga afirmou que está disposto a ouvir e se reunir como todos. Nesta quarta-feira (2) mesmo, ele confirmou que se reuniu com o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, e seu vice, Ricardo Ferraço, além do senador Fabiano Contarato (PT-ES). Ele já está com audiência marcada também com o governador do Piauí, Rafael Fonteles, e com representantes da Frente Nacional de Prefeitos (FNP). Adiantou ainda que está aberto a reuniões setoriais e citou as confederações nacionais do Comércio e Indústria.

Alíquotas

Por fim, o senador admitiu que pessoalmente é favorável à fixação de alíquotas mínimas e máximas no texto da reforma constitucional para os novos tributos sobre o consumo. “É óbvio que ainda não está discutido com o colégio de líderes, mas na minha visão deveria haver um comando de alíquotas mínimas e máximas no texto constitucional. Mínimas, porque existe uma coisa chamada guerra fiscal, e se eu não estabelecer alíquotas mínimas, eu desequilíbrio o sistema tributário”, justificou.

Propaganda
Advertisement
plugins premium WordPress