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POLÍTICA

De regata e short: como Mauro Cid passa os dias na carceragem do Exército

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Há três meses preso nas dependências do Batalhão de Polícia do Exército (PE), o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), está mais “tranquilo” e com melhor “astral” nos últimos dias.

A coluna apurou detalhes da rotina de Cid. Alocado desde 3 de maio, quando foi detido, em uma sala com cerca de 20 m², o militar tenta se manter ativo mesmo com a liberdade cerceada. Todos os dias, Cid — que integrou as Forças Especiais do Exército  se movimenta pelo menos uma hora por dia, durante o banho de sol, para manter a forma.

Trajando camisa regata branca com o nome de guerra bordado “TC Cid” e short verde, o militar se exercita em uma pracinha no interior do batalhão, sempre na companhia de um dos soldados da PE.

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“Ele está mais sorridente e com mais ânimo. Lê alguns livros levados pelos advogados e passa boa parte do tempo escrevendo anotações, provavelmente relacionadas à sua defesa”, contou uma fonte ouvida pela coluna.

O oficial deverá ser ouvido em 24 de agosto na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).

Veja imagens do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro:

Rancho

Cid se alimenta da mesma comida servida no “rancho”, onde os militares da PE comem diariamente. Nas quatro refeições diárias, um soldado leva um prato até a sala onde o tenente-coronel fica e o recolhe após o fim da refeição.

Atualmente, as visitas recebidas pelo tenente-coronel são mais restritas. A decisão de reduzir a entrada de pessoas foi tomada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, após o militar ter recebido 73 visitantes, a maioria militares, em um prazo de 19 dias. A quantidade de pessoas foi considerada elevada pelo ministro.

Investigações da PF

Mauro Cid é alvo de diversos inquéritos da Polícia Federal. A investigação mais recente se deve à tentativa de venda de um Rolex avaliado em R$ 300 mil e que seria um presente dado por sauditas a Bolsonaro durante viagem oficial do então presidente.

A história ganhou repercussão na sexta-feira (4/8), após a revelação, pelo jornal O Globo, de um e-mail em posse da CPMI do 8 de Janeiro. O caso foi confirmado pelo colunista Paulo Cappelli, do Metrópoles.

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A coluna apurou com fontes da Polícia Federal que a tentativa de venda do Rolex, bem como o e-mail em questão, já são averiguados pela corporação. O caso chegou ao conhecimento dos investigadores como desdobramento do inquérito policial que apura as joias sauditas dadas a Michelle Bolsonaro.

Cid também é investigado no caso da fraude nas carteiras de vacinação da família dele e de outros assessores de Bolsonaro.

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