ESPORTES
Estádio australiano vira pesadelo para lendas do futebol feminino
Parte de um grande complexo esportivo, considerado o melhor do país, o Melbourne Rectangular Stadium foi palco das despedidas melancólicas de Christine Sinclair, Marta e Megan Rapinoe, que disputaram suas últimas Copas do Mundo.
Localizada no Melbourne Sports and Entretainment Precinct, um local com cerca de 40 hectares, a arena reúne as instalações do Melbourne Park, Olympic Park e do Yarra Park.
Com capacidade para mais de 24 mil pessoas, o estádio recebeu a partida entre Canadá e Austrália no dia 31 de julho pela terceira rodada do grupo B, e terminou com goleada das anfitriãs por 4 a 0, decretando a eliminação das atuais campeãs olímpicas da competição.
A derrota colocou ponto final na participação em Mundiais da principal jogadora da história do futebol canadense. No último jogo, a veterana Sinclair esteve em campo por 45 minutos.
Aos 40 anos, a jogadora disputou sua sexta Copa do Mundo Com 10 gols anotados no torneio, ela é a maior artilheira no futebol feminino de seleções da história entre homens e mulheres, com 190 gols marcados.
“É o fim da Copa do Mundo e provavelmente não irei jogar outra Copa do Mundo. Estou deixando o campo pela última vez em uma Copa do Mundo”, admitiu a canadense após a partida contra a Austrália.
Palco da abertura da Copa Asiática masculina de 2015, o estádio também é a atual casa do Austrália Open e abrigou a triste queda do Brasil no Mundial. Precisando de uma vitória simples contra a Jamaica para passar da primeira fase, a Seleção Brasileira entrou no Melbourne Rectangular no dia dois de agosto com a rainha Marta titular na escalação de Pia Sundhage para o jogo.
Com o 0 a 0 no final da partida, o Brasil viu França e Jamaica avançarem para as oitavas pelo grupo F, no jogo que marcou o adeus à camisa 10.
Com 17 gols em Mundiais, a jogadora se despediu de Copas do Mundo aos 37 anos, em sua sexta participação, em uma atuação discreta e nenhum gol marcado nesta edição. “A Marta acaba aqui. Não tem mais Copa para a Marta. Mas estou muito grata pela oportunidade que tive de jogar mais uma Copa. Mas estou muito contente com tudo o que acontece no futebol feminino, que está evoluindo. E do que vem para elas, que é só o começo. Mas para mim é o fim da linha”, disse a meia-atacante em entrevista no gramado do Melbourne Stadium, após a eliminação.
Inaugurado em 2010, o estádio o estádio fica localizado na cidade de Melbourne e já recebeu diversos eventos culturais e musicais, com shows de cantores comoTaylor Swift, Ed Sheeran , Elton John e Foo Fighters.
Além de Canadá e Austrália e Jamaica e Brasil, a arena recebeu Alemanha 6 a 0 Marrocos, no dia 24 de julho.
Com mais dois duelos marcados para o local, incluindo a partida entre Colômbia e Jamaica no dia 8 de agosto, os torcedores presentes na arena viram no domingo 6, a eliminação de outra potência do futebol feminino.
Depois de ficarem mais de 4.300 dias sem derrotas em uma partida de Mundial, os Estados Unidos foram eliminados nas oitavas de final para a Suécia, após perderam na disputa de pênaltis, com o empate em 0 a 0 no tempo normal.
Favoritas, em busca do pentacampeonato, as norte-americanas foram paradas pela brilhante atuação da goleira sueca Zecira Musovic, que ajudou seu time a derrubar as atuais campeãs.
Outra lenda do esporte se despediu do Mundial, no estádio que recebeu a terceira eliminação surpreendente. Ativista LGBTQIA+, recordista de títulos e referência dentro e fora de campo, Megan Rapinoe desperdiçou uma cobrança de pênalti, e após quase 13 anos com a seleção nacional, a jogadora de 38 anos encerrou sua trajetória, com dois títulos conquistados em três finais disputadas.
Rapinoe citou Marta em sua entrevista após a eliminação dos Estados Unidos: “Escutei o que ela falou outro dia. Eu sinto isso por ela. Pelo que ela fez pelo jogo, pela maneira como ela joga. A alegria com que ela joga. Nunca vi nada igual. Sobre o discurso dela de viver o jogo em um momento melhor do que quando ela começou me sinto parte do time que fez isso. Estou muito orgulhosa disso. É sempre triste sair. É algo que eu amo fazer e faço desde que eu era criança. Mas sinto que me aposento com um sorriso no meu rosto sabendo do incrível espaço que o jogo (feminino) está, sabendo de quanto impacto eu pude causar, quando sucessos pude ter. Estou muito agradecida”, afirmou a jogadora que disputou sua quarta Copa do Mundo.
O Melbourne Rectangular conquistou em 2012 o prêmio de “estádio mais icônico e relevante culturalmente do mundo”, no Congresso World Stadium Congress em Doha, no Catar, e ficará para sempre lembrado como a casa das quedas precoces das gigantes do futebol mundial.