POLÍTICA
‘Cachorro que late não morde’, diz Lula após ser alvo de ameaça no Pará
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira, 7, que não tem medo de atentados. Segundo ele, “cachorro que late não morde”. O petista deu as declarações em Santarém (PA), onde um homem foi preso por dizer que atiraria no presidente.
“Aqui nesta cidade tinha um cara que foi preso porque disse que ia me matar. Eu sou um homem de muita fé. Tenho consciência do papel que eu jogo neste País. Cachorro que late não morde”, afirmou o presidente, que foi à cidade lançar trecho da infovia 01 que vai de Santarém a Manaus (PA).
Trata-se de um cabo de comunicação acomodado no leito de rios. Segundo o petista, se a instalação fosse feita da maneira tradicional, com torres de transmissão, seria necessário derrubar 58 milhões de árvores.
Na ocasião, o presidente criticou o acirramento da polarização política. Segundo o petista, quem fizer ameaças precisará prestar depoimento na delegacia mais próxima.
“Qualquer cidadão que ficar fazendo bravata na rua – ‘eu mato, eu pego, eu bato, eu atiro’ – vai ser chamado à delegacia para colocar o depoimento. As pessoas têm o direito de falar as bobagens que quiserem, mas precisam respeitar o outro.”
No discurso, Lula também se dirigiu a adversários políticos. O presidente disse que eles não devem “repetir a tentativa de golpe”, porque isso faria mais pessoas serem presas, em referência aos ataques às sedes dos Poderes em Brasília realizada em 8 de janeiro por pessoas descontentes a vitória de Lula na eleição presidencial.
Essa foi a segunda fala pública do presidente em Santarém nesta segunda-feira. Ele passou o fim de semana em Alter do Chão, local próximo famoso pelas praias de água doce do rio Tapajós. Lula embarca para Belém durante a tarde. Ele passará os próximos dias na capital paraense, onde é realizada a Cúpula da Amazônia. Na sexta-feira, dia 11, estará no Rio de Janeiro para lançar a nova versão do PAC.
Reforço na segurança
O homem preso na quinta-feira 3 teria dito que daria “um tiro na barriga do presidente” e perguntado a algumas pessoas se elas sabiam onde Lula se hospedaria no município. Um inquérito foi instaurado após uma das testemunhas protocolar uma denúncia.
O suspeito, Arilson Strapasson é um fazendeiro e, segundo a PF, teria ligação com o garimpo. Segundo a PF, Strapasson teria feito a ameaça enquanto comprava bebidas em uma loja. Um inquérito foi aberto depois que testemunhas denunciaram o ocorrido.
Desde quinta-feira, 3, a segurança do presidente foi reforçada pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e pela Polícia Federal (PF). (*Com informações do Estadão)