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POLÍTICA

Assassinato de candidato no Equador pode afetar comparecimento às urnas, diz cientista político

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O assassinato na quarta-feira (9) do jornalista e deputado Fernando Villavicencio, candidato a presidente do Equador, aumentou a sensação de medo na população, e pode afetar o comparecimento às urnas nas eleições do próximo domingo, dia 20. A avaliação é do cientista político Franklin Ramírez, de Quito. 

O crime coincidiu com a comemoração do dia da independência do Equador, início de um feriado prolongado, mas muitas pessoas não viajaram, por medo, e as ruas das cidades estão semidesertas, relatou Ramírez à CNN Brasil. 

“O impacto do assassinato foi muito alto, até porque não foi o primeiro”, observa o cientista político. “O prefeito de Manta, terceira cidade do país, também foi assassinado à luz do dia, dia 23, seguramente pelo narcotráfico.” Em fevereiro, durante eleições locais, houve mais de 30 atentados contra prefeitos e candidatos.  

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“É o pior ano de ataques contra políticos”, analisa Ramírez. “Isso criou ambiente de desolação e temor, e é provável que haja um impacto nos níveis de comparecimento, por medo de atentados no dia das eleições, dia 20, sobretudo na província de Esmeraldas, mas também de Manabí.” 

Essas províncias, assim como a cidade de Manta, fica na costa do Pacífico, cujos portos são disputados pelos grupos de narcotraficantes Los Choneros e Los Lobos. Villavicencio denunciava uma suposta ligação entre Los Choneros, o cartel da droga mexicano Sinaloa e o ex-presidente Rafael Correa (2007-2017), condenado a oito anos de prisão por corrupção e exilado na Bélgica. 

Durante o governo de Correa, Villavicencio, autor de reportagens que denunciavam a corrupção no governo, envolvendo inclusive a construtora brasileira Odebrecht, exilou-se no Peru. Ele havia sido jurado de morte pelo chefe dos Choneros, Adolfo Macías, conhecido como Fito. Nesse sábado, dois dias depois do assassinato, ele foi removido para um presídio que abriga presos de alta periculosidade. 

A candidata de Correa, Luisa González, aparece na frente nas intenções de votos. A posição de Villavicencio variava de acordo com as pesquisas, em segundo lugar e até em quinto.  

Ele defendia um endurecimento contra o narcotráfico e a corrupção, como a construção de um presídio de segurança máxima, a militarização dos portos e a criação de uma unidade da polícia especializada no combate ao crime organizado, com apoio estrangeiro. 

Outro candidato considerado de direita, o economista y ex-vice-presidente Otto Sonnenholzner, também defende medidas mais duras contra o crime.  

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O Movimento Construa anunciou que a vice de Villavicencio, Andrea González Náder, será agora sua candidata a presidente. Ativista do meio ambiente, González é diretora do EcoVerde, um programa da rádio equatoriana RTP. 

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