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MUNDO

Cientistas podem ter descoberto parentes vivos da primeira mitocôndria

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As mitocôndrias (vermelhas) são organelas encontradas na maioria das células NICHD/U. Manor

Pesquisadores descobriram que bactérias parentes da primeira mitocôndria de uma célula podem ainda estar vivendo em fontes termais. O achado foi registrado no último dia 9 de agosto na revista Science Advances.

As mitocôndrias são conhecidas como “usinas de energia” dos seres eucariontes, que incluem animais, plantas, fungos e protistas, cujas células contêm organelas com funções específicas. Acredita-se que elas se formaram a partir de descendentes de uma protomitocôndria, uma única célula que acabou presa dentro de outra há mais de 1 bilhão de anos e nunca mais saiu.

Entre 1,6 bilhão e 1,8 bilhão de anos desde que as mitocôndrias surgiram, a assinatura genética das protomitocôndrias “foi diluída, embaralhada e… resta muito pouco”, conta ao site Live Science Mauro Degli Esposti, autor sênior do estudo e pesquisador da Universidade Nacional Autônoma do México.

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Em busca de quais espécies de bactérias modernas poderiam descender das protomitocôndrias, os autores do artigo avaliaram características genéticas que permitem às bactérias realizar certas funções essenciais para as protomitocôndrias, como produzir gorduras para as membranas mitocondriais.

Os pesquisadores vasculharam um repositório de 314 genomas de alfaproteobactérias – a classe de bactérias da qual a pesquisa sugere que as protomitocôndrias vieram – procurando por genes que codifiquem proteínas essenciais.

Assim, os autores identificaram que as bactérias que eles procuravam eram da ordem Iodidimonales, que vivem em água termal, em condições semelhantes àquelas que teriam sustentado a vida nos oceanos antigos da Terra.

As lodidimonales nunca haviam sido apontadas como descendentes de protomitocôndrias e não apresentam todas as características que os pesquisadores consideraram essenciais. Os cientistas acreditam que isso ocorreu por conta de uma “transferência lateral de genes”, processo de passagem de genes entre bactérias e uma forma de perder genes ao longo do tempo.

Uma melhor compreensão da evolução das mitocôndrias pode ajudar a entender doenças nas quais a função mitocondrial é interrompida, como a doença de Parkinson, segundo Degli Esposti.

Além das aplicações médicas, aprender sobre as origens das mitocôndrias pode auxiliar também a entender como toda a vida complexa surgiu na Terra. “Esta é uma maneira de nos aproximarmos da resposta de onde viemos e como evoluímos de nossos ancestrais distantes”, conta Sergio Muñoz-Gómez, professor assistente de ciências biológicas da Universidade Purdue, nos EUA, que não esteve envolvido no estudo. Por outro lado, o especialista cita falhas da nova pesquisa, que, segundo ele, não substitui árvores genealógicas com base na genética.

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