GERAL
Coluna da Angélica no NHN – Todos querem licitação, mas governo insiste nas “caronas”
1-Companhias
João Paulo Bittar, filho do senador Márcio Bittar (União) filiou-se ao PL de Jair Bolsonaro no dia em que o ex-presidente e sua esposa Michelle foram intimados pela Polícia Federal para prestar depoimentos simultâneos na investigação sobre as joias. Tadinho de JP Bittar. Tão jovem e tão mal acompanhado. Aparece na foto ladeado por Valdemar da Costa Neto e Jair Bolsonaro que está sendo comparado a um reles ladrão. Abaixo de um corrupto comum. Medíocre. O casal Bolsonaro, é acusado de roubar carne do Alvorada, móveis e moedas do laguinho. A família é acusada de envolvimento em rachadinhas e suspeita roubar joias, não apenas as que foram retidas pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos, mas outras que teriam sido malocadas em ursinho de pelúcia. Que dó do jovem Bittar. Fosse um pouquinho mais novo, talvez o Conselho Tutelar pudesse ser acionado.
2-Suspeitas
O ex-presidente é suspeito de aceitar propina em forma de joias para vender refinarias brasileiras abaixo do preço de mercado. Os árabes costumam presentear, mas chama a atenção o fato de Jair Bolsonaro ter recebido mais presentes do que os três últimos presidentes dos EUA juntos. Sendo que a Arábia Saudita é o maior parceiro militar dos Estados Unidos. Joias e obras de arte são os objetos mais usados em lavagem de dinheiro. E em propinas. Há uma cena no filme O poderoso chefão 2, que ilustra isso. Nela o representante da máfia italiana que queria se estabelecer em Cuba, dá um telefone de ouro maciço ao ditador. Um presente. Que tem retorno.
3-Obsessão
Indícios de uma espécie de obsessão de Jair Bolsonaro por joias permeia a trajetória pessoal e política do ex-presidente que chegou a decretar sigilo de 100 anos sobre as visitas de pastores ao MEC, onde pediram propina em barras de ouro, fato ocorrido em 2021. Um dossiê do Estado-Maior das Forças Armadas de 1990 tem anotações de oficias chamando Bolsonaro de mercenário e contrabandista. Em uma dessas está escrito “Ao invés de fazer croqui de bombas, escreva quantas vezes você foi ao Paraguai trazer muamba”. Recado a Bolsonaro durante a investigação sobre a acusação que respondeu sobre a preparação de bombas na campanha por aumento de salários. Na época já havia um pedido de informações sobre atividades de Jair em garimpos nos anos de 1980. Já na presidência, existem indícios de envolvimento com o garimpo ilegal em área Yanomami. E pensar que Dilma Rousseff foi cassada sob acusação de pedalada fiscal por ter realocado fundos para o Bolsa Família, para que o programa não fosse interrompido. Pobre Brasil. Tão grande e tão bobo.
4- Tarde
A ex-presidenta Dilma Rousseff (PT) foi inocentada de culpa no caso das pedaladas fiscais, que motivou o impeachment dela em 2016. Em setembro completa 7 anos que ela foi cassada. Dilma foi atacada por praticamente toda a grande imprensa por ter dito que o processo de impeachment foi um Golpe de Estado. Como a Justiça comprovou que não houve crime de pedalada fiscal, temos que dar a mão à palmatória, foi golpe. Dilma apenas remanejou recursos da Caixa Econômica que é do Governo, para continuar pagando o Bolsa Família, Seguro Desemprego e outros programas. Tirou dinheiro do governo para o próprio governo. Realocou recursos para não paralisar o pagamento dos programas sociais. O resultado desse golpe foi o prejuízo para os brasileiros que perderam direitos trabalhistas e sofreram com cortes na Saúde e Educação, dentre outros porque a primeira medida de Michel Temer (MDB), foi instituir o famigerado Teto de Gastos que acabou com investimentos nas áreas prioritárias para sobrar dinheiro para os rentistas. Mas foi tanta desinformação, tantas fake news que o brasileiro ainda não consegue nem encontrar o caminho de volta à realidade.
5-Para-raios
Muita gente se pergunta e engrosso coro: “o que seria do governo Gladson Cameli (PP), se não fosse a defesa do deputado Pedro Longo (PDT)?”. Com seu jeito de lorde inglês, diplomático e com conhecimento jurídico, Longo é rápido certeiro na resposta às acusações contra o governo. Apesar da base apoio gigantesca, os demais se limitam a votar o que o governo quer. Poucos utilizam a tribuna para trazer explicações e respostas às criticas. O que faz com que a diminuta oposição conduza a música, cante e dance sob a batuta do deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB). Mas Longo, também sabe fazer uso do humor. Nesta quarta-feira (23), provocou gargalhadas no plenário ao dizer “se a Energisa permitir continuaremos os trabalhos”, referindo-se a oscilação de energia na casa.
6-Voando
O deputado Edvaldo Magalhães denunciou que a Secretaria de Educação aderiu a mais uma carona. Desta vez de 24 milhões para a contratação de uma empresa do Maranhão para reforma de escolas no Acre. No caso das caronas, sobra para as empresas locais apenas a sublocação. Baixos valores. O deputado Eduardo Ribeiro (PSD) reforçou a questão levantada por Edvaldo, apresentando um Decreto Legislativo para cancelar a carona. Aí a líder do governo, informou que o governador Gladson Cameli não quer que o Estado funcione através de carona. “O governador Gladson Cameli quer licitação, a Assembleia quer licitação e os nossos comerciantes querem licitação local”. Fiquei sem entender. Se todos têm o mesmo querer, por que continuam tentando pegar carona?
7- Escabroso
De doer no coração a história do jovem cruzeirense de 21 anos que luta contra o câncer desde os 6 anos e teve sua cirurgia de urgência desmarcada na Fundhacre, depois de 9 meses na fila de espera. Como se explica a falta de material cirúrgico quando o governador disse poucos dias atrás que “tem dinheiro e eu quero é gastar”? A frase foi proferida em uma entrevista em Feijó durante o Festival do Açaí e foi registrada em áudio. Se tem dinheiro deveria usar para o básico. As prioridades andam gritando. Mas os sons não atingem os ouvidos de sua Excelência. Veja Aqui
8- Justo
O Movimento Negro do Acre fará um ato amanhã no auditório da Assembleia Legislativa a partir das 8 horas. No mesmo dia estão previstos atos em todo o Brasil em protesto contra a violência policial e o extermínio da população negra. Entre o fim de julho e início de agosto, as chacinas policiais mataram cerca de 32 pessoas na Bahia, 18 em São Paulo e 10 no Rio de Janeiro. No Acre onde apenas 23, 3 da população é considerada branca, é de se esperar que o auditório lote. Aguardemos.
Bom dia, deputado Manoel Moraes (PP). Sua reunião com a presidenta do Iteracre e um grupo de pastores a portas fechadas na sala de reuniões da Assembleia Legislativa hoje, chamou a atenção. Terá sido uma reunião de oração para Nossa Senhora da Eleição?
Esta é uma coluna de opinião e reflexão
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