RIO BRANCO
Tragédia com avião da Rico completou 21 anos em agosto; relembre o caso
O dia 30 de agosto, certamente, não passa batido na memória da maioria dos acreanos. Foi nesta data, no ano de 2002, que ocorreu um dos acidentes aéreos mais chocantes da aviação do Brasil, a queda da aeronave Embraer (PT-WRQ) da empresa Rico Linhas Aéreas.
O voo RLE-4823 que teve início em Cruzeiro do Sul com destino a capital, Rio Branco, fez uma escala em Tarauacá trazendo a bordo um total de 31 pessoas. O aparelho não conseguiu finalizar as operações de pouso no Aeroporto de Rio Branco, e como consequência da colisão, três tripulantes e 17 passageiros faleceram no local, no ramal da Chapada, sendo que três passageiros vieram a falecer posteriormente, seis sofreram lesões graves e dois sofreram lesões leves.
Entre os mortos tinha políticos, empresários, funcionários públicos e a própria tripulação, sendo eles: Paulo Roberto Freitas Tavares (comandante), Paulo Roberto Nascimento (co-piloto), Kátia Regina Figueiredo Barbosa (comissária), Luís Marciel Costa, José Waldeir Rodrigues Gabriel, Francisco Darichen Campos, Ildefonso Cordeiro, Arlete Soares de Souza, Maria de Fátima Soares de Oliveira, Walter Teixeira da Silva, Francisco Cândido da Silva, Ailton Rodrigues de Oliveira, Carina Matos de Pinho, José Edilberto Gomes de Souza, Maria Alessandra de Andrade Costa, Geane de Souza Lima, Rosimeire dos Santos Lobo, Raimundo Araújo Souza, Maria Raimunda Iraide Alves da Silva, Maria José Pessoa Miranda, João Alves de Melo, Rosângela Pimentel Cidade Figueira e Clenilda Nogueira.
Os sobreviventes foram: Napoleão Silva, Raceni Cameli, Maria Célia Rocha, Theodorico de Melo, Maria de Fátima Almeida, João Gaspar, Maria José Albuquerque e Luiz Wanderlei.
A estimativa de voo era de 60 minutos de viagem. O trajeto começou tranquilo até que ao se aproximar de Rio Branco, o tempo escureceu, uma chuva leve caia e o piloto Paulo Roberto Tavares e o copiloto, Paulo Roberto pediram autorização para pouso, os controladores concederam a autorização. Depois de alguns minutos, a aeronave impactou com a cauda no solo, atingiu árvores e animais que estavam num pasto. Há quatro quilômetros da cabeceira da pista.
O que diz o Cenipa?
O laudo do CENIPA tirou a hipótese de falha mecânica, elétrica ou hidráulica. O documento que tem 26 páginas descartou também falta de combustível. “Falha humana” poderia ter sido apontada como uma causa primária, no entanto, o documento técnico apresentado em 08 de julho de 2004 concentra-se em dizer que é de “caráter preventivo ou de alerta”. Ou seja, “não acusa com propriedade se foi ou não falha humana, muito menos de quem é a responsabilidade”.
E a tripulação?
Os tripulantes estavam com seus Certificados de Capacidade Física e de habilitações válidos. Ambos os pilotos possuíam experiência de voo no tipo de aeronave e na rota voada. O avião estava com suas cadernetas de célula, hélice e motores atualizadas e também estava com seu Certificado de Aeronavegabilidade válido.
Sobre a Rico
A Rico Linhas Aéreas atuava na Região Norte do país, com linhas diretas e conexões em 30 cidades dos Estados do Amazonas, Pará, Rondônia e Acre. Naquele ano, a frota era composta por 10 aeronaves de fabricação nacional, como o Brasília e Carajás, e estrangeira, como o Sêneca, todos os aparelhos de médio porte, além de helicópteros da Bell.
Última conversa com o piloto
Às 23h40s a Torre de Comando recebeu a última mensagem do piloto do avião que disse: “Dois três!”. Após isso, os controladores seguiram por mais sete tentativas de contato, sem sucesso.