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‘Pedimos oração e ajuda’, diz prefeito da cidade mais atingida pelo ciclone no RS, com 15 mortos
O pequeno município de Muçum, na região do Vale do Taquari, é até agora o mais afetado pelas enchentes provocadas pela passagem de um ciclone extratropical pelo Rio Grande do Sul. São ao menos 15 mortes decorrentes das chuvas no município de 4,6 mil habitantes – em todo o Estado, as autoridades registram 21 vítimas fatais. As águas do rio Taquari invadiram a cidade, deixando um rastro de inundação.
Esse é o segundo evento climático que atinge a cidade em menos de um mês. No fim de agosto, uma forte chuva de granizo danificou parte das casas da cidade. O prefeito Mateus Trojan (MDB), inclusive, não está em Muçum porque viajou esta semana a Brasília em busca de recursos para a recuperação desses residências.
“Estava em Brasília por causa do temporal de granizo que nos atingiu. E agora essa tragédia”, disse Trojan ao Estadão durante a escala do seu voo em São Paulo rumo ao Rio Grande do Sul. “Pedimos oração e ajuda com doações de comida e roupa para ajudar as famílias neste momento.”
As enchentes deixaram a cidade isolada, sem energia elétrica, sem sinal de internet e com 80% da área urbana inundada. Residências, lojas, bancos, postos de saúde e até a prefeitura localizada na região central foram atingidos. O prefeito diz que os números de desaparecidos estão na escala de dezenas, e não descarta a possibilidade de o número de óbitos aumentar.
“É uma situação inimaginável. O que aconteceu foi desastre, e estamos arrasados emocionalmente. Não teve um ou outro bairro mais atingido. Todos, com exceção de um, que fica na parte alta da cidade, foram destruídos”, disse.
De acordo com Mateus Trojan, os trabalhos neste momento devem focar, principalmente, nos resgates. “A situação é grave e os danos ainda são imensuráveis. O foco é salvar vidas e depois pensamos em reconstruir a cidade”, afirmou.
A Polícia Rodoviária Federal, que ajudou no resgate de pessoas ilhadas, informou que supermercados e farmácias do município foram “varridos”, conforme descrito por um porta-voz da corporação.
Trojan disse ainda que a população teve de duas a três horas entre o alerta e o início da chuva, mas que todos foram pegos de surpresa porque o “nível do rio subiu muito rápido”. “Muitas pessoas estavam tranquilas porque nunca tinham enfrentado uma enchente assim antes, e acabaram esperando demais.”
Em entrevista na tarde desta terça, o governador Eduardo Leite (PSDB), disse que o governo está trabalhando para a remover os corpos das vítimas. “Essa operação entra em curso a partir de agora para o Instituto Geral de Perícias fazer a remoção dos corpos, também com a estrutura que tivermos disponível, seja das aeronaves, ou seja das embarcações, ou outras condições para a remoção desses corpos”, disse Leite.
Mais de 4,5 mil pessoas ficaram desalojadas no Rio Grande do Sul. Muitas casas sofreram danos por conta da ventania, da chuva forte e da queda de granizo. Na cidade de Roca Sales, a prefeitura orientou que a população atingida pelas enchentes busque refúgio nos telhados de suas casas e aguarde pelo resgate. Em Santa Catarina também foi registrada a morte de uma pessoa.