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‘Era experiente e muito cauteloso’, diz irmã de piloto de avião que morreu em acidente no AM

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“Era extremamente cauteloso e rígido com o trabalho dele”, conta a médica Leidiana Costa Nobles sobre o irmão e piloto Leandro Costa de Souza, de 40 anos, que morreu durante um acidente de avião no aeroporto de Barcelos, no interior do Amazonas, na tarde do último sábado, 16. Outras 13 pessoas que estavam na aeronave também vieram a óbito após a queda.

Ao Terra, Leidiana compartilhou detalhes sobre a vida e carreira de seu irmão, um experiente piloto que sempre sonhou em trabalhar com isso. Ele estava pilotando a aeronave no dia do acidente, quando uma forte chuva atingia o município.

Segundo a familiar, desde a adolescência, Leandro nutria uma paixão pela aviação. Aos 18 anos, ele concluiu o ensino médio e imediatamente embarcou em sua jornada rumo ao sonho de trabalhar na área. No ano 2000, ele iniciou seu treinamento como piloto privado na escola de aviação de Boa Vista, Roraima, sua cidade natal.

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Após essa fase inicial, Leandro partiu para São Paulo, onde continuou sua formação e se tornou piloto comercial. Todo o processo culminou em 2007, quando ele retornou a Manaus e ingressou no setor de aviação. Sua carreira o levou a trabalhar em diferentes empresas. Na primeira delas passou um curto período, e na segunda permaneceu por seis anos. Foi na terceira empresa que trabalhou que ocorreu o acidente, onde já estava há quatro anos.

Leidiana enfatizou que Leandro era um piloto experiente, com mais de seis mil horas de voo em aeronaves modelo Bandeirante, o mesmo tipo de avião envolvido no acidente. Ele operava uma rota conhecida, realizando voos semanais.

“Ela era um piloto extremamente experiente. A rota era conhecida, ele fazia semanalmente. Inclusive, tinha dias que ele ia e voltava lá duas vezes. O que a gente sabe previamente é que no momento do acidente havia bastante tempestade e vento. No entanto, era um local que ele tinha conhecimento prévio. Era uma pista de condições para pouso com as características daquela meteorologia em questão”, contou a irmã.

Em seguida, ela acrescentou: “Fora esse acidente, ele não tinha se envolvido em nenhum outro sinistro. Era um piloto que tinha uma história muito tranquila relacionada à aviação”.

Apesar das condições meteorológicas adversas no dia do acidente, Leandro estava familiarizado com o local. Segundo a irmã, sua experiência e cautela eram reconhecidas por todos que o conheciam e Leandro era conhecido por sua responsabilidade e dedicação ao trabalho.

A familiar relata que ele evitava sair à noite quando tinha voos no dia seguinte e estava sempre preocupado em estar descansado para suas jornadas. Sua ligação com sua filha de cinco anos era notável, trocando regularmente mensagens de áudio com ela.

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“Por diversas vezes, eu até chamava ele para a gente sair à noite, e ele sempre dizia: ‘não vou sair porque amanhã já estou trabalhando’. Ele sempre foi assim, muito responsável. Se ele já tinha serviço no outro dia, na noite anterior ele jamais saía. Quando dava umas sete horas da noite ele já iria descansar para voar no dia seguinte. E assim foi nesses últimos anos. Ele era casado e extremamente ligado à filha dele, de 5 anos”, conta.

Nos momentos de lazer, Leandro retornava ao seu estado natal, Natal, para praticar sua paixão pela pesca. Era uma tradição que ele mantinha todas as vezes que tinha férias.

No dia do acidente, a irmã revela que o piloto não apresentou nenhum mal-estar e até enviou uma mensagem de áudio minutos antes da decolagem para a irmã, como sempre fazia, informando que ligaria em breve.

“Infelizmente naquele dia aconteceu o acidente. Mas, ele foi um rapaz muito querido e a gente foi muito acolhido por diversas pessoas do Brasil todo, da aviação. Foi uma fatalidade, uma tragédia. O que conforta muito a gente é saber que ele estava na profissão que amava, na profissão que sempre quis”, diz a irmã.

Leandro foi sepultado na segunda-feira, às 18 horas, em uma emocionante cerimônia de despedida. Durante o sepultamento, que ocorreu em sua cidade natal, Boa Vista, familiares e amigos prestaram homenagens.

O acidente

A aeronave caiu neste sábado enquanto tentava pousar no aeroporto local. Imagens gravadas por moradores mostram que chovia forte no momento do acidente, o que segundo a Defesa Civil pode ter sido um dos fatores responsáveis pelo acidente. As causas da queda ainda são apuradas.

Os passageiros a bordo do avião estavam indo à cidade de Barcelos para a prática de pesca esportiva, segundo informou o governo do estado.

De acordo com o Poder360, a empresa Manaus Aerotáxi, responsável pela aeronave, enviou ao governo do Estado a lista completa com o nome das pessoas que embarcaram no voo.

O grupo tinha 12 homens, incluindo empresários, engenheiros e médicos, além dos dois tripulantes. Confira a lista divulgada pela empresa:

• Piloto Leandro Souza
• Copiloto Fernando Galvão
• Euri Paulo dos Santos
• Fábio Campos Assis
• Fábio Ribeiro
• Gilcrésio Salvador Medeiros
• Guilherme Boaventura Rabelo
• Hamilton Alves Reis
• Heudes Freitas
• Luiz Carlos Cavalcante Garcia
• Marcos de Castro Zica
• Renato Souza Assis
• Roland Montenegro Costa
• Witter Ferreira de Faria

Em nota, a Manaus Aerotáxi, empresa responsável pelo voo, também se manifestou e disse lamentar profundamente a ocorrência do acidente.

“Estamos certos que a aeronave e tripulação envolvida no sinistro atendiam a todas as exigências da autoridade de aviação civil necessárias à aeronavegabilidade, e estamos comprometidos em esclarecer todos os detalhes relacionados a este acidente”, afirma.

 

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