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Lucas Moura volta para casa e cumpre promessa ao conquistar o título da Copa do Brasil no São Paulo
“Quero conquistar títulos, quero marcar meu nome na história do São Paulo mais uma vez”. Foi assim, com um objetivo traçado, que Lucas Moura iniciou o segundo capítulo de sua trajetória no tricolor paulista. O ano de 2023 poderia ter sido bem diferente tanto para o jogador quanto para o clube se o casamento, reatado após 11 anos, não tivesse sido concretizado. O meia precisava de uma nova história. Os são-paulinos, de um ídolo.
“Estou vivendo um sonho. Toda a mobilização da torcida, jogadores nas redes para a minha volta. O São Paulo é sentimento, está na minha pele. Subi para os profissionais com 17 anos, agora estou com 31, careca e com dois filhos. Estou feliz demais. Nenhum clube que passei na Europa se compara ao que passei hoje no Morumbi. O nosso grupo é diferente e fantástico. Estou muito feliz de fazer parte disso tudo”, afirmou Lucas ao SporTV, após a conquista do título inédito pelo São Paulo.
Liberado no meio do ano pelo inglês Tottenham para procurar um novo clube, Lucas tinha o desejo de continuar na Europa ou jogar nos Estados Unidos. Monitorado pelo São Paulo desde quando decidiu rumar ao Velho Continente, o meia era um dos sonhos da diretoria, que convenceu o atleta a assinar um contrato pelo menos até o fim de 2023. Apesar de sua contratação não ter tido o mesmo impacto midiático do ex-Real Madrid James Rodríguez, Lucas qualificou uma equipe que carecia de referências técnicas.
Dorival Júnior teve um diagnóstico imediato sobre como deveria escalar Lucas Moura para tirar o melhor do jogador. Escalado como ponta durante boa parte de sua carreira na Europa, o atleta foi colocado para atuar mais centralizado, e o time tricolor passou a ganhar mais poder de fogo. Em sua reestreia com a camisa são-paulina, Lucas marcou no empate por 1 a 1 com o Flamengo, no Maracanã, pelo Brasileirão. Era o presságio de um retorno triunfal.
A primeira grande atuação de Lucas Moura aconteceu na vitória por 2 a 0 sobre o Corinthians, no Morumbi, pelas semifinais da Copa do Brasil. O bom desempenho do meia permitiu ao time tricolor pressionar o adversário de uma maneira que ainda não havia feito na temporada diante de sua torcida, revertendo o placar de 2 a 1 sofrido na partida de ida. O gol da classificação saiu justamente dos pés de Lucas, colocando o São Paulo novamente em uma final de Copa do Brasil após 23 anos.
A Copa Sul-Americana, troféu que Lucas ergueu em 2012 ao lado do ídolo Rogério Ceni, ficou pelo caminho nesta temporada. Mas a Copa do Brasil se apresentou ao clube tricolor como uma chance de trazer para casa um título inédito e elevar o patamar de Lucas na idolatria pela torcida.
Paulista, paulistano e são-paulino, Lucas Moura deu os primeiros passos em uma escolinha do ex-jogador Marcelinho Carioca, em Diadema, na região do ABC. Foi quando passou a ser apelidado com o nome do ídolo corintiano por causa da semelhança com o ex-jogador. Ele chegou a passar pelos juniores do Juventus da Mooca antes de se transferir justamente para o Corinthians, mas a insatisfação da família do atleta com o tratamento no clube fez os pais de Lucas procurarem o São Paulo, onde ele se profissionalizou.
Lucas ainda era chamado de Marcelinho quando marcou seu primeiro gol no time principal do São Paulo, e o sobrenome Moura passou a acompanhá-lo quando foi jogar na Europa. Em 2013, o São Paulo vendeu o meia para o Paris Saint-Germain por 43 milhões de euros (R$ 108,34 milhões à época), a terceira maior do futebol nacional, voltando a lucrar mais R$ 3,2 milhões em 2018 com a negociação. As cifras naturalmente se esvaíram durante os anos, mas o êxito na volta para casa faz Lucas ganhar espaço no mural de ídolos do São Paulo.
“Muito diferente (a conquista da Copa do Brasil de 2023 comparada à Sul-Americana, erguida em 2012). O São Paulo teve uma década vitoriosa em 2000, e hoje a Copa do Brasil era muito desejada pelo clube e torcedor (diante da longa seca de títulos relevantes). O que a torcida tem feito, enchendo o Morumbi, é muito importante. Quem não estava ansioso para o jogo de hoje estava morto por dentro. Foi diferente de 2012, e a torcida merece”, afirmou Lucas.
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