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Sesacre gasta R$ 4 milhões em propaganda dentro de unidades de saúde enquanto terceirizados sofrem com falta de pagamento

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A Secretaria de Estado de Saúde decidiu investir nas propagandas do governo, exclusivamente dentro das unidades de saúde, segundo informações divulgadas em uma emissora local nesta quinta-feira, 28.

De acordo com o contrato com a empresa TOP Mídia, a iniciativa visa a exibição de conteúdo exclusivo do governo em pequenas TVs instaladas nas unidades de saúde. Essas TVs não são canais abertos acessíveis nas residências, mas sim TVs corporativas cuja programação é distribuída por computadores.

O objetivo do governo é instalar essas telas em todas as unidades de saúde, como forma de ‘proporcionar aos pacientes uma opção de entretenimento enquanto aguardam atendimento’. No entanto, o valor do contrato é motivo de preocupação, totalizando R$ 4,7 milhões.

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O Estado não está adquirindo os equipamentos, mas sim pagando pela exibição de conteúdo. No Alto Acre, o custo será de R$ 729 mil. No Baixo Acre, que inclui Rio Branco, onde a maioria unidades de saúde, o custo da propaganda atingirá R$ 2,7 milhões. No Juruá, onde há menos hospitais, o valor das mídias chegará a R$ 1 milhão e 140 mil.

Considerando as numerosas denúncias relacionadas ao atendimento na saúde pública, foi feita uma comparação: com o dinheiro gasto nessa propaganda, a Secretaria de Saúde poderia financiar o tratamento de mais de 100 pacientes que fazem hemodiálise em clínicas particulares, prestadoras de serviços para o governo, por oito meses. Além disso, há informações de que a direção dessas clínicas ameaçam interromper o tratamento dos pacientes devido a dois meses de atraso no pagamento por parte do governo.

A Secretaria de Saúde foi questionada sobre a justificativa para contratos tão onerosos de propaganda fechada que não chega às TVs abertas e qual o benefício para a população. Até o momento, a Secretaria também não respondeu sobre a existência de uma estratégia de publicidade em massa para combater doenças ou campanhas de prevenção.

É contraditório que esse gasto vá de encontro ao anunciado plano de contenção de despesas do governo, que pretende reduzir em 30% os custos do Estado.

O alto custo recairá ainda sobre aqueles que mais necessitam, com trabalhadores de limpeza e seguranças na lista de atrasos salariais e ameaças de demissão. Além disso, vários terceirizados realizaram protestos nas últimas duas semanas devido à falta de pagamento.

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