POLÍTICA
Quem são os “kids pretos”? Mauro Cid e outros militares investigados pelo 8 de janeiro fazem parte do grupo
Os “kids pretos”, também conhecidos como “forças especiais” (FE), são militares do Exército, tanto da ativa quanto da reserva, especializados em operações especiais. A unidade existe desde 1957, segundo informações do próprio Exército.
De acordo com a Revista Piauí, a unidade especial “kids pretos” conta atualmente com um efetivo aproximado de cerca de 2,5 mil militares, incluindo o general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes.
O general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes foi alvo da 18ª fase da Operação Lesa Pátria, conduzida pela Polícia Federal nesta sexta-feira, 29. Ele está sob investigação por possível envolvimento como executor e mentor atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro.
Durante os 4 anos do governo Bolsonaro, pelo menos 26 “kids pretos” ocuparam cargos na administração. O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, também faz parte desse grupo.
O que significa?
O termo “kid preto” é uma designação informal dada aos militares de Operações Especiais do Exército Brasileiro devido ao fato de usarem um gorro preto.
O processo de seleção para as Forças de Operações Especiais é conduzido entre militares voluntários que passam por cursos de Ações de Comandos e de Forças Especiais, de acordo com o Exército.
Treinamento
Os militares conhecidos como “kids pretos” passam por treinamento no Centro de Instrução de Operações Especiais, localizado em Niterói (RJ), no Comando de Operações Especiais em Goiânia (GO) ou na 3ª Companhia de Forças Especiais em Manaus (AM).
Parte do treinamento desses militares inclui habilidades como realizar missões de alto risco e sigilo. Eles também são preparados para lidar com situações que envolvam sabotagem, operações de inteligência, planejamento de fugas e evasões.
Atos de 8 de janeiro
As imagens dos acontecimentos em Brasília, no dia 8 de janeiro de 2023, mostram o momento em que indivíduos envolvidos nos atos invadiram e cometeram atos de vandalismo no Congresso Nacional, no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Palácio do Planalto.
Nos vídeos, é possível ver que pessoas com os rostos cobertos por balaclavas (espécie de gorro) e vestindo luvas removeram as grades da entrada do Congresso Nacional. Em outro momento, eles utilizaram grades para auxiliar os invasores a sair do interior do prédio, além de uma mangueira para dispersar o gás proveniente das bombas de efeito moral.
Conforme a investigação da Polícia Federal, o inquérito contém vários depoimentos de vândalos presos descrevendo a participação de indivíduos com balaclavas e luvas que auxiliaram e incentivaram os outros a invadir o prédio.
De acordo com os depoimentos, esses indivíduos convocaram os invasores após abrirem as escotilhas de acesso ao teto do Congresso Nacional. A subida até lá teria sido viabilizada graças a uma escada improvisada.