POLÍCIA
“Com certeza foram confundidos”, diz irmã de um dos médicos mortos no Rio
Uma familiar de um dos médicos mortos em um quiosque no Rio de Janeiro na madrugada desta quinta-feira, 5, diz não acreditar que as vítimas eram os alvos de uma suposta execução. “Com certeza foram confundidos”, afirmou Lais Ribeiro Almeida, irmã de Perseu Ribeiro Almeida, em entrevista ao O Globo.
“Ele era um ser humano incrível, como pai, filho, irmão e médico”, acrescentou, Além de Perseu, Marcos de Andrade Corsato, de 62 anos, e Diego Ralf Bonfim, de 35 anos, irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (Psol-SP), também morreram. Outro médico presente no local, Daniel Sonnewend Proença ficou ferido e foi socorrido para o Hospital municipal Lourenço Jorge, também na Barra da Tijuca, onde o crime ocorreu.
Colega de Perseu, o médico ortopedista Edvaldo Correia Lago Junior disse ao Globo que o colega “estava no lugar errado na hora errada”.
“Era um cara do bem, não tinha envolvimento nenhum com nada de errado, também não era envolvido com política, nem gostava disso”, pontuou.
Já a família de Marcos de Andrade Corsato diz não ter nenhuma informação sobre o caso. “Acabamos de receber a notícia. Não sabemos detalhe nenhum, só o que saiu na reportagem”, declarou Maria Eugenia Corsato, uma das filhas da vítima.
Entenda
O médico Diego Ralf Bomfim, irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (Psol-SP) e cunhado do deputado Glauber Braga (Psol-RJ), morreu ao ser baleado na madrugada desta quinta-feira, 5, em um quiosque na orla da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Outros três médicos também foram atingidos: dois morreram e um foi socorrido para uma unidade de saúde da cidade.
O caso ocorreu por volta de 1h. Imagens de câmeras de monitoramento do local mostram um carro branco parado na avenida da praia. Neste momento, os ocupantes do veículo, todos vestindo roupa preta, desembarcam e vão em direção às vítimas, que estão sentadas no local. Os criminosos passaram a atirar contra as vítimas, e dá início a correria de pessoas que estão no quiosque. Após os disparos, o bando volta correndo para o carro.
Além de Diego, Marcos de Andrade Corsato e Perseu Ribeiro Almeida também foram atingidos. Eles chegaram a receber atendimento médico dos bombeiros, mas não resistiram. Um quarto homem, identificado como Daniel Sonnewend Proença, também foi atingido pelos disparos, e levado para o Hospital Lourenço Jorge, também na Barra.
Os suspeitos ainda não foram presos. A perícia da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) realizou uma perícia no local, e investiga as mortes.
Ainda segundo a reportagem, os três profissionais são de São Paulo e estavam no Rio para um congresso Minimally Invasive Foot Ankle Society (Mifas), que ocorrerá nesta quinta.
Polícia Federal
À coluna de Guilherme Mazieiro, do Terra, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, disse que solicitou à Superintendência da PF no Rio contato com a unidade de homicídios da Polícia Civil do Rio de Janeiro para buscar informações sobre a execução dos três médicos.
“Conversei com o Ministro [da Justiça, Flávio Dino] agora, e solicitei que o Superintendente do RJ entre em contato com a unidade de homicídios da PC/RJ, para buscar mais informações”, disse o diretor à coluna.
Nas redes sociais, o ministro da Justiça, Flávio Dino, informou que a Polícia Federal vai acompanhar as investigações “em face da hipótese de relação com a atuação de dois parlamentares federais” e prestou solidariedade aos deputados e familiares das vítimas.