ESPORTES
Artilheiro do mundo, Cano classifica o Flu para nova final da Libertadores depois de 15 anos
Germán Ezequiel Cano Recalde. Ou só Cano mesmo. Quatro letras. Simples como é este centroavante que consegue ser moderno e raiz. Ao mesmo tempo. Argentino desde que nasceu. Tricolor de coração desde os 34. Agora, com 35 anos, escreve sua mais bela história. Fazendo algo que ninguém mais faz melhor que ele no mundo atualmente.
São 36 gols na temporada. Nem o tal cometa Haaland fez isso. Só Cano. Com o talento que lhe foi dado pra balançar as redes. Abençoando por João de Deus. Muito graças a ele o Fluminense está na sua segunda final de Libertadores. Merecidíssimo.
O Fluminense, de Cano, vai ser campeão da Libertadores, em novembro, na finalíssima, no Maracanã? Não sabemos. Mas Cano estará lá. Pronto pra decidir. Como fez até aqui. Ídolo verde, grená e branco. Cada vez mais próximo da eternidade. Faz o L.
A dupla mortal
Em um jogo que parecia ser trágico para o Fluminense, no último ato, Germán Cano decidiu com passe para o garoto de ouro John Kennedy e um gol que classificou o time para a final. O clichê nunca foi tão necessário: uma virada épica. Internacional 1 x 2 Fluminense. A personagem rodrigueana Gravatinha ria copiosamente enquanto Enner Valencia perdia oportunidades incríveis. Cano contava com a ajuda espiritual do Sobrenatural de Almeida.
São anos sensacionais de Germán, que fez 44 gols no ano passado. O argentino, em duas temporadas, tem 80 gols com o uniforme do Fluminense. Impressionante.
John Kennedy merece destaque também. Entrou no segundo tempo e ajudou a mudar o rumo da partida. Considerado sem futuro em determinado momento pela torcida e por dirigentes, o jovem teve atuações de gala em alguns jogos muito importantes. É o vice-artilheiro da Máquina do Flu no ano com oito gols.
No Beira-Rio lotado, o já citado Sobrenatural de Almeida reapareceu, com a novidade de estar fora do Maracanã e do Rio de Janeiro, e deu aquela força para o Fluminense ter a nova chance, depois de 15 anos, de se tornar campeão da Libertadores. Como escreveria o teatrólogo, escritor e jornalista Nelson Rodrigues, vivos e mortos lutaram por esse desfecho para o Tricolor.
Nelson comentaria, na ‘Grande Resenha Facit’, que os jogadores do Inter sentaram no meio-fio e choraram lágrimas de esguicho.
Com as sandálias da humildade, que venha a taça? Esse é o desejo dos torcedores tricolores.
Abraços boleiros, rodrigueanos e dinizistas.