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Estudantes de SP conquistam ouro em olimpíada internacional de Biologia

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Duas estudantes brasileiras de 16 anos brilharam e fizeram história ao conquistarem medalhas de ouro na Olimpíada Iberoamericana de Biologia (OIAB), realizada na cidade de Madri, na Espanha, no último dia 8 de setembro. A notável dupla demonstrou talento, determinação e paixão pela ciência, além de contribuir para ampliar a presença feminina no mundo das ciências.

Clara Nakata de Carvalho, que é de Campinas (SP) e vive na cidade, e Iara Vieira Vitarelli, natural de Lavras (MG), mas também residente em Campinas, estudam no colégio Etapa Valinhos, no interior de São Paulo, e contaram como foi a preparação até a conquista do prêmio internacional.

As duas estão no 2º ano do ensino médio e exaltaram a colaboração da escola como sendo fundamental para que elas pudessem se dedicar às olimpíadas. Isso porque a escola oferece aulas voltadas especificamente para olimpíadas de diversas disciplinas.

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Outras conquistas

Além de suas conquistas na OIAB, Clara já havia se destacado em 2023 com uma medalha de ouro na Olimpíada Brasileira de Biologia (OBB) e também com uma medalha de ouro na Olimpíada Canguru de Matemática.

Iara também deixou sua marca nas competições científicas deste ano. Além de seu ouro na OIAB, ela conquistou uma medalha de ouro na International Astronomy and Astrophysics Competition (IAAC) e na Olimpíada Brasileira de Biologia (OBB). Além disso, Iara foi destaque na Olimpíada de Química do Estado de São Paulo (OQSP), recebendo o título “Mulheres para a Química”.

Amor pelas ciências

Ambas desenvolveram o interesse pela Biologia devido ao amor pelas Ciências. Iara, inspirada pela vontade de estudar Medicina, sempre teve uma atração especial pela Biologia. Ela descobriu a Olimpíada de Biologia durante seu tempo na escola e começou a participar das competições.

“Eu comecei na Matemática, como eu acho que muita gente no Brasil começa, porque os colégios fazem olimpíadas todo ano, e depois que entrei no Etapa, no 1º ano, fui para a Olimpíada de Química direto. Até o começo do ano, eu achava que iria ficar mais na Olimpíada de Química do que na de Biologia. Comecei a estudar mais a Biologia e deu certo!”, lembra Iara.

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Clara, por outro lado, estudou na Etapa desde o 6º ano e se beneficiou das aulas de Olimpíada oferecidas pela escola. Inicialmente, ela tinha aversão à Biologia devido a uma má experiência em uma prova, mas sua perspectiva mudou quando ela acompanhou uma amiga em aulas de Olimpíada de Biologia e descobriu seu interesse pela disciplina. Hoje, ela também deseja cursar Medicina.

“Eu pensava em talvez trabalhar em alguma área da Engenharia ou Química, hoje em dia a gente tem Engenharia Biomédica, enfim. Ano passado, quando a gente estava entrando no ensino médio, eu fui percebendo que eu realmente prefiro a Biologia. Mas, nesse ano eu falei: ‘Não, eu acho que eu quero Medicina mesmo’. Fui amadurecendo essa ideia. Minha mãe é médica, então ela me ajudou me dando uma noção do que é a profissão na vida real”, conta Clara.

Apesar de suas diferentes jornadas e abordagens para a Biologia, as duas alunas compartilham um comprometimento com a ciência e a preparação de longo prazo necessária para competições de alto nível.

Estudos intensos

As alunas destacam que a prova consiste em questões de ‘verdadeiro’ ou ‘falso’, mas requer raciocínio avançado. No entanto, na última edição da Olimpíada Iberoamericana de Biologia, houve uma mudança significativa, com questões dissertativas, o que surpreendeu os participantes.

Elas também falam sobre o desafio de conciliar a preparação para a competição com seus estudos regulares. A dedicação requer abdicar de algumas atividades e horas de sono. Clara conta sobre a importância de estabelecer prioridades e equilibrar a vida pessoal com o estudo.

“Nosso professor sempre fala que a Olimpíada de Biologia é um projeto de longo prazo. Porque as provas acontecem em março, então, se você entra no 1º ano do ensino médio, você tem que ver [o conteúdo] desde março para estudar”, explica Clara. Ela ainda ressalta que é importante manter a saúde mental em dia para poder se dedicar, porque a rotina intensa exige que se abra mão de algumas coisas.

Ambas compartilham a experiência emocionante de ganhar medalhas, destacando a sensação de orgulho por representar o País e a alegria de compartilhar esse momento com a delegação brasileira.

Dicas para estudantes

As alunas aconselham que encontrar algo que você goste e que desperte sua curiosidade é essencial ao participar de competições de Olimpíadas.

Escolher uma disciplina que você realmente gosta e que o motiva a estudar é fundamental para sustentar o compromisso e a carga de estudos exigida. Além disso, respeitar o tempo de descanso e o equilíbrio entre estudo e lazer é importante para não sobrecarregar e evitar o esgotamento.

“Tem que ser uma coisa que você gosta, porque é insuportável você estar num lugar dando seu sangue para aquilo, sendo que não é aquilo realmente que você se interessa. Claro, tem partes da Biologia que a gente gosta menos, mas o fato é que a gente está num lugar que nos sentimos bem e estudando para aquilo, mas é uma coisa que queremos. E é uma coisa que desperta curiosidade de estudar”, diz Iara.

“Eu acho que essa história de você estudar uma coisa que você gosta, isso dá muita motivação. Eu acho que é o que sustenta um aluno Olímpico. Porque você vai abdicar de certas coisas, vai ser muito cansativo. Mas, não é uma coisa que você fala: ‘Ai, que saco, eu tenho que estudar’. É uma coisa que você gosta de estudar. E eu acho que isso é essencial para você conseguir dar conta da carga de estudos, porque as Olimpíadas não são só conteúdo de Ensino Médio”, recomenda Clara.

A dupla ainda enfatiza que a motivação deve ser natural, não uma obrigação, e que não se deve continuar fazendo algo apenas por pressão ou conveniência. O respeito ao que faz você se sentir bem é fundamental para manter o interesse e o compromisso com as competições de Olimpíadas.

 

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