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POLÍTICA

‘Ela só chora e diz que não vai voltar à escola’, diz mãe de aluna de escola alvo de ataque em SP

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“Ela só chora, não quer comer e diz que não vai voltar para a escola. Ela só fala que ele [o atirador] vai voltar para terminar o que começou”. Esse é o relato da mãe de uma estudante, de 16 anos, da escola estadual que foi alvo de ataque nesta segunda-feira, 23. Em entrevista à coluna Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo, a mulher, que preferiu não se identificar, contou que a filha era da mesma sala do adolescente suspeito pelo crime.

O caso ocorreu na Escola Estadual Sapopemba, localizada na Rua Senador Nilo Coelho, por volta das 7h30. Segundo a PM, o atirador de 16 anos é aluno da escola e foi apreendido. Depois do ataque, ele deu a arma para a coordenadora e se entregou. As três vítimas feridas por disparo de arma de fogo foram socorridas ao Pronto Socorro do bairro, e uma não resistiu. Uma quarta vítima teve ferimentos leves, que não foram ocasionados por disparo de arma de fogo.

Foi no começo da manhã de ontem que a mãe da colega de classe do suspeito conta que recebeu uma chamada angustiada de sua filha. A jovem estava “chorando desesperadamente” e implorou à mãe que abrisse o portão de casa às pressas. A residência da família fica a uma curta distância da escola.

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A responsável pela adolescente, que também é mãe de um bebê de três meses, não podia deixá-lo sozinho em casa, então correu para o portão para aguardar a chegada da filha, momento em que viu as outras crianças e adolescentes fugindo da escola apressadamente.

Com a chegada da adolescente em casa, ela conta que ficou mais aliviada, mas voltou a ficar angustiada ao ver nas imagens de câmeras de segurança da escola o risco que a filha passou. “Ele [o atirador] vem em direção à minha filha, com a arma apontada, e depois faz um gesto para ela sair. Mas ele vai a acompanhando quase até a porta, com ela de costas. Acho que a minha ficha na verdade está caindo só agora”, disse à coluna.

A mãe revela que sua filha e o estudante que efetuou os disparos estudavam na mesma turma e tinham uma convivência tranquila. “Ela conversava com ele, era uma relação normal”, afirmou.

À Folha, o advogado Antônio Edio, responsável pela defesa do adolescente que realizou os disparos, afirma que o jovem agiu na tentativa de resolver o bullying e a homofobia que vinha sofrendo. Ele foi detido pela Polícia Militar e conduzido ao 70º Distrito Policial (Sapopemba).

A mãe da colega de classe do suspeito relata que o jovem havia mencionado suas intenções a outros alunos, pelo menos duas semanas antes do ataque. “Mas [os estudantes] não acreditaram que ele falava sério.”

Ela também destaca que dará à sua filha todo o tempo necessário para superar o trauma e retornar à escola. “Será no tempo dela e precisará de muito apoio psicológico.”. Quanto à administração da unidade de ensino, a mãe não enxerga problemas de gestão. “O que aconteceu foi uma fatalidade”, destacou ela.

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* ATENÇÃO: Se você sofre algum tipo de bullying na escola ou cyberbullying de colegas na internet, faça a denúncia no Disque 100 – Disque Direitos Humanos. A ligação é gratuita e o atendimento é feito 24 horas por dia. Para receber atendimento ou fazer denúncias pelo WhatsApp, basta enviar mensagem para o número 61 99656-5008. Também é possível ser atendido pelo Telegram, basta digitar “Direitoshumanosbrasil” na busca do aplicativo. Após uma mensagem automática inicial, o atendimento será realizado pela equipe do Disque 100.

Se você é pai, mãe ou responsável por uma vítima de bullying, converse com ele(a). Procure a direção da escola para tentar solucionar o problema entre os envolvidos e suas famílias. Se o(a) diretor(a) não tomar nenhuma atitude, formalize a denúncia em casos mais graves no Conselho Tutelar ou na polícia da sua cidade.

 

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