CIDADES
Caso de jovem que morreu aos 26 anos: quando infecção pode ser fatal?
A morte de um jovem de 26 anos aparentemente saudável chocou não só a família, mas todos que acompanharam o caso. Lucas Borba era estudante do terceiro semestre medicina e morava em Belém, capital do Pará, e faleceu no último domingo (22), em Palmas, no Tocantins, para onde foi transferido.
Lucas começou a sentir dores abdominais há cerca de um mês. Entre os sintomas também estavam a diarreia, o vômitos e problemas intestinais em geral. Ele passou 10 dias internado. Arthur Wieczorek, primo do jovem, informou ao G1 que o quadro de Lucas piorou na quinta-feira passada (19) e ele precisou ser transferido para a UTI.
No domingo, porém, ele foi intubado e sofreu uma parada cardíaca. Os rins e o fígado não aguentaram e a morte do estudante foi confirmada às 18 desse mesmo dia. O hospital não informou à imprensa qual a origem da infecção.
É comum, porém, que infecções evoluam para quadros mais graves e até (como no caso de Lucas) a morte. Normalmente casos como esse são classificados como sepse, que é uma resposta desregulada do nosso corpo a alguma infecção, seja ela causada por vírus, bactéria ou fungos.
“Essa reação por ser tão intensa e desregulada que causa sérios danos ao nosso corpo, inclusive podendo levar ao óbito. A melhor maneira de evitar e diminuir o risco de adquirir uma infecção é o tratamento adequado”, destacou Arthur Faria, médico especialista em Medicina Intensiva e responsável pela Linha de Cuidado “Reabilitação Pós UTI” na Unidade Recife da Clínica Florence, nesta entrevista para o Terra.
A sepse é, inclusive, a principal causa de morte nas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e uma das principais causas de mortalidade hospitalar tardia, de acordo com artigo publicado no The Lancet em 2020, com análise de dados de 1990 a 2017. No Brasil, estima-se que haja por volta de 400 mil casos de sepse por ano entre adultos – com taxa de mortalidade chegando a 60%.