GERAL
Em sinal de unidade, Copom tem 2ª decisão unânime seguida sobre juros
Pela segunda vez consecutiva, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) foi unânime ao decidir sobre a taxa básica de juros da economia, a Selic, na reunião encerrada nesta quarta-feira (1º/11).
Assim como já havia acontecido no último encontro do colegiado, em setembro, todos os nove integrantes do Copom votaram na mesma direção – por uma nova queda da Selic em 0,5 ponto percentual, desta vez para 12,25% ao ano.
Na reunião de agosto do comitê, a primeira do ciclo de queda da Selic, houve uma divisão. Naquela oportunidade, o Copom decidiu, por 5 votos a 4, reduzir a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, para 13,25% ao ano. Quatro integrantes do colegiado apoiaram uma redução menor, de 0,25 ponto percentual, mas foram vencidos.
Em agosto, votaram por uma redução de 0,5 ponto percentual o presidente do BC, Roberto Campos Neto, além de Gabriel Galípolo, Ailton de Aquino Santos, Carolina de Assis Barros e Otávio Ribeiro Damaso.
Apoiaram uma redução de 0,25 ponto percentual Diogo Abry Guillen, Fernanda Magalhães Rumenos Guardado, Maurício Costa de Moura e Renato Dias de Brito Gomes.
Nesta quarta, contudo, assim como na reunião de setembro, o Copom foi unânime.
No início desta semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou duas novas indicações do governo para o Copom: Paulo Picchetti, para a diretoria de Assuntos Internacionais, e Rodrigo Alves Teixeira, para a diretoria de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta.
Ambos passarão a integrar o colegiado com o fim dos mandatos dos atuais diretores de Assuntos Internacionais, Fernanda Guardado, e de Relacionamento, Mauricio Moura, em 31 de dezembro. Paulo substituirá Fernanda e Rodrigo entrará na vaga de Maurício.
Terceiro corte desde agosto
Foi o terceiro corte dos juros desde agosto, quando o Copom interrompeu o ciclo de aperto monetário e baixou a Selic em 0,5 ponto percentual.
É a terceira reunião do colegiado desde a entrada dos dois novos integrantes indicados pelo governo: Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária, e Ailton Aquino, diretor de Fiscalização.
O novo patamar da Selic é o menor desde a reunião do Copom de março de 2022, quando os juros estavam em 11,75% ao ano.
Antes de os juros chegarem a 13,75% ao ano, o Copom havia elevado a Selic 12 vezes seguidas, em um ciclo que teve início em março de 2021, em meio à alta nos preços de alimentos, energia e combustíveis.
Decisão esperada pelo mercado
Havia um consenso no mercado de que a Selic seria reduzida novamente em 0,5 ponto percentual, para 12,25% ao ano – o próprio Copom indicou, nos comunicados que acompanharam as últimas decisões, que seguiria esse caminho de cortes. A principal explicação é a desaceleração consistente da inflação no Brasil nos últimos meses.
Em setembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, ficou em 0,26%. Embora tenha acelerado em relação a agosto (quando foi de 0,23%), o indicador veio abaixo das projeções do mercado.
No acumulado de 12 meses, até setembro, a inflação no país foi de 5,19%. Segundo o Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação para este ano é 3,25%. Como há um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, a meta será cumprida se ficar entre 1,75% e 4,75%.