Quem é António Costa, primeiro-ministro de Portugal que renunciou

António Costa apresentou a renúncia do cargo de primeiro-ministro português após ser alvo de uma operação de busca e apreensão, na manhã desta terça-feira (7/11). Ele será investigado por causa das acusações acerca de sua possível participação na exploração de lítio no município de Montalegre, em Portugal.

Apesar de deixar o cargo, Costa negou as acusações.

“Obviamente, apresentei minha demissão a vossa excelência, o presidente da República. (…) Quero agradecer a todos (…) Dirigir uma palavra de simpatia e gratidão para com todos os líderes e dirigentes partidários, líderes de oposição”, iniciou seu discurso.

Então, Costa afirmou que vai se defender de “cabeça erguida”.

“Esta é uma etapa de vida que se encerra, e que encerro com a cabeça erguida, a consciência tranquila, e a mesma determinação de servir Portugal e os portugueses exatamente da mesma forma como o dia em que entrei pela primeira vez como primeiro-ministro”, declarou.

Ele ocupava o cargo de primeiro-ministro de Portugal há oito anos, com três consecutivas reeleições – a última sendo em janeiro do ano passado, com maioria absoluta.

Costa também atua, desde 2014, como secretário-geral do Partido Socialista (PS). Além disso, foi presidente da Câmara Municipal de Lisboa, entre os anos de 2007 e 2015.

O político de 62 anos é jurista, e tem dois irmãos, o caçula sendo um jornalista influente, chamado Ricardo Costa. Ele é filho da jornalista socialista Maria Antonia Palla e do escritor comunista Orlando da Costa.

António Costa tem dois filhos e uma esposa de origem indiana. Eles foram citados durante o discurso de renúncia ao cargo.

As reeleições de António Costa

No regime parlamentar lusitano, os eleitores votam em um partido nas eleições gerais, e a sigla que conquistar mais assentos no Parlamento indica quem será o primeiro-ministro, geralmente o líder do partido.

Enquanto primeiro-ministro português, António Costa declarou publicamente seu apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), quando este ainda era candidato ao cargo nas eleições do ano passado. O vídeo chegou a ser republicado pelo presidente Lula na ocasião.

Poucos meses depois, em novembro daquele ano, Lula declarou que o Brasil se tornou um país mais triste durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele estava ao lado de António Costa, e o petista prometeu reforçar os laços com outras nações.