GERAL
Ministro da Educação volta a negar ‘politização’ do Enem após questão sobre impacto dos agrotóxicos
O ministro da Educação, Camilo Santana, voltou a negar uma suposta politização da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023 e reforçou que o conteúdo da prova foi feito a partir de um “edital público de professores independentes realizado em 2020”, ou seja, ainda na gestão Bolsonaro (PL).
Santana participou de coletiva de imprensa neste domingo, 12, após a aplicação da segunda e última prova do Enem 2023, que contou com avaliações de Matemática e de Ciências da Natureza. Uma das perguntas do exame abordou o impacto dos agrotóxicos no meio ambiente, o que reascendeu a polêmica sobre uma suposta ‘politização do exame’, poucos dias após as críticas da bancada ruralista no Congresso.
“Não há a menor possibilidade de interferência do governo em relação a elaboração do exame [a prova foi feita através] de um edital público de professores indepentendes realizado em 2020, não foi neste governo e não há nenhuma interferência por parte deste governo na elaboração, nem na validação dos questionamentos, é isso que eu posso dizer e vou dizer a mesma coisa no Congresso Nacional”, explicou Santana.
Presidente do Inep nega viés ideológico
O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Manuel Palácios, rebateu críticas que apontam ‘viés ideológico’ sobre questões aplicadas no Enem 2023. Em debate na Câmara dos Deputados, Palácios apresentou dados que comprovam que 86% das questões foram elaboradas durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
O representante do Inep corroborou as declarações apresentando dados sobre a elaboração das questões. Das 95 que foram aplicadas no 1ª dia do Enem, realizado no domingo, 5, 82 foram feitas entre 2020 e 2021. A seleção de autores citados na prova também é feita a partir de critérios técnicos e objetivos, explicou em reunião na Comissão de Educação realizada nesta quarta-feira, 8.
“O que se pede, no comando do item, é que ele manifeste, ao assinar a resposta correta, que compreendeu o argumento do outro”, justificou Palácios, frisando que o estudante não precisa concordar com a opinião dos autores, mas sim que compreendeu o texto.