POLÍTICA
Milei: “Fechar o Banco Central é uma obrigação moral”
Na primeira entrevista já como presidente eleito da Argentina, Javier Milei, disse que levará entre 18 e 24 meses para conter a inflação de seu país, na casa dos 140% anuais.
À rádio argentina “Continental”, Milei confirmou também que levará adiante o plano para fechar o Banco Central e dolarizar a economia, duas das principais e mais polêmicas propostas de campanha. “Fechar o Banco Central é uma obrigação moral, e dolarizar (a economia) é uma maneira de nos livramos do Banco Central”, declarou.
No entanto, ele propôs que a moeda adotada por seu governo “seja aquela escolhida pelos indivíduos”.
Milei disse também que vai manter a taxa de câmbio e não levantará a limitação ao estoque de dólar de bancos do país, imposta pelo governo do atual presidente, Alberto Fernández, para controlar o saldo da moeda norte-americana.
“Antes de levantar a limitação ao estoque do dólar, é preciso resolver o problema da Leliq (a taxa básica de juros do país). Vamos tentar fazer isso o mais rápido possível, porque se for assim a sombra da hiperinflação estará aqui o tempo todo”, disse o ultraliberal.
Pós-eleição
Javier Milei foi eleito na noite de domingo (19) com 55,95% dos votos, contra o governista peronista Sergio Massa (44,04%). Os dois concorreram no segundo turno de uma das eleições mais disputadas da história recente da Argentina.
Aos 52 anos, Milei será o 52º presidente do país e terá que enfrentar a pior crise econômica em décadas, com a maior inflação em mais de 30 anos, dois quintos da população vivendo na pobreza e forte desvalorização cambial. Os desafios são agravados por uma dívida externa bilionária e pela falta de reservas internacionais.
Logo após ser eleito, Milei já fez uma série de anúncios em entrevistas à imprensa argentina. Como privatizar empresas públicas de comunicação na Argentina (Telám — a TV pública do país — e a Rádio Nacional).
“Tudo que puder estar em mãos da iniciativa privada vai estar”, disse, em entrevista à rádio Mitre.
O ultraliberal ainda disse que Israel e os Estados Unidos serão os primeiros países que ele visitará após ser eleito o novo presidente da Argentina, e afirmou que viajará a ambos antes da cerimônia de posse, em 10 de dezembro.