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MUNDO

Aquecimento global pode elevar temperaturas em até 3º C, diz ONU

Publicado em

Relatório Anual de Lacuna de Emissões 2023, divulgado pelo Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) nesta 2ª feira (20.nov.2023), mostra que as metas previstas no Acordo de Paris estão cada vez mais difíceis de serem alcançadas. Leia a íntegra do documento (PDF – 6 MB).

As altas temperaturas observadas em diversas partes do planeta podem ficar ainda mais extremas, podendo chegar a quase 3º C acima da temperatura observada no período pré-industrial.

Para se atingir o limite de aquecimento do planeta em 1,5º C, conforme prevê o Acordo de Paris, seria necessário reduzir em 42% as emissões de gases de efeito estufa até o ano de 2030. Se a redução for de 28%, o aquecimento global chegaria a 2º C.

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O problema, segundo os dados, é que em vez de baixar, as emissões globais aumentaram 1,2% de 2021 a 2022, “atingindo um novo recorde de 57,4 gigatoneladas de dióxido de carbono”. Cada gigatonelada equivale a 1 bilhão de toneladas.

A ONU (Organização das Nações Unidas) lembra que, até o início de outubro de 2023, foram registrados 86 dias com temperaturas 1,5° C acima dos níveis pré-industriais e que setembro foi o mês mais quente já registrado, com temperaturas médias globais 1,8° C acima dos níveis pré-industriais.

AMBIÇÃO MAIOR

Diante da situação, a ONU conclui que para reduzir a lacuna de emissões, será necessária uma “mitigação implacável e transformação de baixo carbono”. Diz ainda ser necessário aproveitar a próxima COP28 (Conferência das partes sobre Mudança Climática), que ocorre em Dubai, no final de novembro, para elevar a ambição de negociação das próximas rodadas de ações climáticas.

“Os compromissos atuais no âmbito do Acordo de Paris colocam o mundo no caminho para um aumento da temperatura de 2,5º C a 2,9º C acima dos níveis pré-industriais neste século, apontando para a necessidade urgente de uma maior ação climática”, diz o texto.

Dentre as principais conclusões do relatório de 2023, está a de que os países devem ter como objetivo eliminar quase totalmente a produção e uso de carvão até 2040; e uma redução combinada na produção e uso de petróleo e gás de, no mínimo, ¾ até 2050 a partir dos níveis de 2020.

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“O potencial fracasso dessas medidas para se desenvolver em escala que exige uma eliminação global ainda mais rápida de todos os combustíveis fósseis”, afirma o estudo.

COMPROMISSOS CONFIÁVEIS

Segundo o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, “os governos estão literalmente dobrando a produção de combustíveis fósseis. Isso significa problemas duplos: para as pessoas e o planeta. Não podemos enfrentar a catástrofe climática sem combater sua causa raiz: a dependência de combustíveis fósseis. A COP28 deve enviar um sinal claro visando o fim da era dos combustíveis fósseis”.

“Precisamos de compromissos confiáveis para aumentar as energias renováveis, eliminar gradualmente os combustíveis fósseis e aumentar a eficiência energética, garantindo uma transição justa e equitativa”, acrescentou.

Entre os principais resultados do relatório de 2023 está também o de que uma transição equitativa da produção de combustíveis fósseis deve reconhecer as responsabilidades e capacidades diferenciadas dos países.

“Governos com maior capacidade de transição devem visar reduções mais ambiciosas e ajudar a financiar os processos de transição em países com capacidades limitadas”, diz o documento.

TRANSPARÊNCIA

O relatório pede aos governos que sejam mais transparentes com relação a planos e projeções relacionados à produção de combustíveis fósseis e ao alinhamento com as metas climáticas nacionais e internacionais.

“Os principais países produtores se comprometeram a alcançar emissões líquidas zero e lançaram iniciativas para reduzir as emissões da produção de combustíveis fósseis, mas nenhum se comprometeu a reduzir a produção de carvão, petróleo e gás, de acordo com a limitação do aquecimento a 1,5ºC”, diz o relatório.

NECESSIDADES FINANCEIRAS

O Relatório Anual de Lacuna de Emissões analisa o progresso no planejamento, financiamento e implementação de ações de adaptação às mudanças climáticas. Ele conclui que as necessidades financeiras de adaptação dos países em desenvolvimento são 50% maior do que a estimativa anterior.

A ONU estima que os custos de adaptação a serem implementados nos países em desenvolvimento são de US$ 215 bilhões por ano nesta década, e que o financiamento de adaptação necessário para implementar as prioridades de adaptação domésticas é de US$ 387 bilhões por ano.

Apesar de tamanhas necessidades, esses fluxos financeiros diminuíram 15%, chegando a US$ 21 bilhões em 2021.

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