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POLÍCIA

Como era rotina de “mulas” treinadas para engolir cápsulas de drogas

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Os 33 suspeitos aliciados e usados como “mulas” para engolir cápsulas de drogas, e transportar os entorpecentes no estômago, eram mantidos em uma casa em São Paulo, que funcionava como um centro de treinamento do crime.

A Polícia Federal e a Polícia Militar do estado detiveram, na madrugada dessa quinta-feira (23/11), 33 pessoas suspeitas de tráfico internacional de drogas em um imóvel na Vila Sônia, na zona oeste da capital paulista. Um homem apontado como agenciador das “mulas” também foi preso.

Nos depoimentos, divulgados pelo Fantástico, da TV Globo, os suspeitos contaram sobre a rotina no local. “As pessoas permanecem sendo medicadas, alimentadas, e treinando a ingestão. Até que são informadas que viajarão no dia seguinte com as drogas no estômago”, relatou uma das pessoas envolvidas no esquema.

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Ainda de acordo com os relatos, elas viviam com “dieta bem restrita” e não poderiam ingerir certos tipos de alimento para não estimular o organismo a expelir nada que estivesse no estômago.

Ao todo, cada uma das “mulas” era treinada para transportar entre 100 a 150 cápsulas de entorpecentes no estômago, o que equivale a cerca de 1,2 kg de cocaína.

No local, foram apreendidos dezenas de passaportes, anotações do tráfico, celulares, cartões de banco e cápsulas de cocaína, que seriam ingeridas pelos suspeitos.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública, o imóvel, que servia de alojamento para os “mulas”, foi descoberto a partir de uma informação obtida via Disque-Denúncia.

Pagamentos

Entre os suspeitos presos, alguns revelaram que chegaram a transportar drogas em outras ocasiões. Em depoimento, um deles revelou que, “há um mês, foi para Lisboa, depois para a França, e Amsterdam; que na oportunidade levou 130 cápsulas das grandes”. Depois da viagem, a maioria voltou para a mesma casa onde estava o aliciador.

No depoimento, um dos envolvidos também revelou que o valor acordado para o pagamento do “serviço” seria de R$ 20 mil, mas após alguns descontos, ele recebe R$ 14 mil.

A polícia acredita que o grupo era liderado por Antônio Araújo, de 24 anos, que está preso. As outras pessoas foram levadas para a Polícia Federal (PF), ouvidas e liberadas.

A reportagem tentou entrar em contato, mas ninguém quis gravar entrevista. Disseram apenas que esperam voltar para suas casas em breve. Elas estão sendo investigadas em liberdade.

Vulnerabilidade social

Segundo o delegado da PF Dennis Cali, as pessoas recrutadas estavam em “situação de vulnerabilidade econômica” e se submetem ao tráfico internacional de drogas para fazer esse transporte para o exterior.

De acordo com a polícia, os detidos eram dos seguintes estados: Ceará, Piauí, Maranhão, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo.

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