RIO BRANCO
Surto de Mayaro e Oropouche é identificado em cidades do Acre além da dengue

Além da dengue, dois novos vírus estão circulando em cidades do Acre, com casos identificados. Exames realizados no Laboratório Central (Lacen), em Rio Branco, confirmaram casos de Mayaro e Oropouche em pelo menos sete municípios acreanos. De acordo com especialistas, ambas as doenças apresentam sintomas muito semelhantes aos da dengue, zika e chikungunya. Os casos foram descobertos quando os moradores procuraram atendimento na saúde pública apresentando vários sintomas e todos os testes para dengue deram negativo.
Em seguida, exames para Mayaro e Oropouche foram realizados e houve a confirmação das doenças. Os profissionais da saúde, no entanto, orientam que a população não entre em pânico, pois esses vírus circulam na região amazônica com certa frequência. No entanto, não existem kits comerciais disponíveis para a realização de exames de rotina. Foram confirmados casos nas seguintes cidades;
Oropouche: Acrelândia, Brasileia, Manoel Urbano, Porto Acre e Rio Branco e a Mayaro em Cruzeiro do Sul e também em Rio Branco
A febre oropouche é uma doença infecciosa aguda causada pelo vírus de mesmo nome. É transmitida por um arbovírus. A doença ocorre em dois ciclos, o silvestre e o urbano. No ciclo silvestre, costuma infectar macacos, bichos-preguiça e aves silvestres. Seus transmissores na natureza são mosquitos como Aedes serratus (Pará) e Coquillettidia venezuelensis (Trinidad). No ciclo urbano, o único hospedeiro é o ser humano, e a transmissão geralmente ocorre por meio do Culicoides paraensis, também conhecido como borrachudo ou maruim. Os sintomas da febre oropouche incluem febre, calafrios, dor de cabeça, dor nas articulações e náuseas.
O vírus Mayaro é transmitido por diferentes mosquitos, principalmente o Haemogogus, e causa principalmente febre e dores nas articulações, que podem persistir por meses. Já é considerado endêmico na região amazônica, mas há indícios de que pode ter se espalhado para outros locais, como o estado do Rio de Janeiro. Não há vacina que previna a chamada Febre do Mayaro, mas é possível evitar a infecção e, se necessário, controlar seus sintomas.
