POLÍCIA
Avanço das facções do crime na Amazônia Legal leva desafios para a Segurança Pública

A disseminação das facções do crime organizado na Amazônia Legal, especialmente nos estados fronteiriços como o Acre, tem se tornado uma preocupação crescente para as autoridades de segurança pública. Segundo o recente estudo “Cartografias da violência na Amazônia”, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, pelo menos 22 facções estão atuando na região, incluindo o Primeiro Comando da Capital (PCC), o Comando Vermelho (CV) e grupos estrangeiros originários do Peru, Venezuela e Colômbia.
O relatório revela que cerca de 24% dos municípios da Amazônia Legal, um total de 178, têm presença confirmada de facções criminosas. Além disso, 80 municípios estão em disputa territorial, onde vivem aproximadamente 8,3 milhões de pessoas. Esses números destacam a magnitude do desafio enfrentado pelas autoridades na região.
A consolidação dessas facções está diretamente relacionada às dinâmicas operacionais do sistema prisional. A falta de controle e segurança nas penitenciárias permite que essas organizações cresçam e expandam suas atividades ilícitas, como o tráfico de drogas e armas.
As capitais da região amazônica também são afetadas pelos conflitos entre facções. Manaus (AM), Porto Velho (RO), Macapá (AP), Rio Branco (AC) e Palmas (TO) são algumas das cidades onde a presença e influência desses grupos criminosos são mais evidentes.
Para combater efetivamente essa situação preocupante, é necessário um esforço conjunto entre as autoridades de segurança, o sistema prisional e os órgãos de inteligência. Investimentos em infraestrutura, capacitação de agentes e cooperação internacional são fundamentais para desmantelar as facções e garantir a segurança da população na região amazônica.
A proteção da Amazônia não está restrita apenas à preservação ambiental, mas também à segurança das pessoas que habitam essa região tão vasta e estrategicamente importante para o país.
