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GERAL

Justiça determina soltura de dois suspeitos de envolvimento com o Hezbollah

Publicado em

A Justiça Federal mandou soltar na noite desta terça-feira (05) dois homens presos por suspeita de envolvimento com o grupo terrorista Hezbollah. Eles foram alvo da Operação Trapiche, deflagrada em 8 de novembro para desarticular um grupo que planejava atos de terrorismo no Brasil.

Segundo trecho da decisão, o pedido de soltura veio da Polícia Federal após as investigações apontaram que dois dos alvos não ofereciam perigo a sociedade. De acordo com a 2ª Vara Criminal Federal de Belo Horizonte, outros dois investigados tiveram a prisão preventiva mantida “para garantir a ordem pública”. Eles são acusados de monitorar espaços ligados à comunidade judaica brasileira para possíveis ataques.

Pedido de liberdade negado

No dia 11 de novembro a Justiça Federal de São Paulo havia mantido a prisão de Lucas Passos Lima e Jean Carlos de Souza, presos nesta semana durante a Operação Trapiche, da Polícia Federal. Eles são suspeitos de envolvimento com o Hezbollah. Os dois negaram ligação com o grupo radical islâmico.

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Durante a audiência os dois brasileiros negaram qualquer relação com o Hezbollah. Lucas foi preso no Aeroporto de Guarulhos quando voltava ao Brasil vindo do Líbano, ele disse que estava no país do Oriente Médio por uma viagem de negócios.

A defesa de Jean Carlos disse que ele é captador de negócios, viaja bastante e está acostumado a ser parado pela Polícia Federal na busca por tráfico de drogas.

“É um absurdo isso. Eu não sou terrorista”. Ele ressaltou ainda que está disposto a prestar qualquer esclarecimento

Operação Trapiche

No começo de novembro a Polícia Federal deflagrou a Operação Trapiche pura indícios de que os suspeitos recrutariam outras pessoas para executar atos extremistas no Brasil.
Duas pessoas suspeitas de ligação com o Hezbollah no país já foram presas. Mandados de busca também foram cumpridos em Minas Gerais, São Paulo e no Distrito Federal.

A PF acredita que ele chegou com informações para repassar ao comparsa e praticar os ataques.

O que é o Hezbollah?

O Hezbollah é uma organização política e paramilitar fundamentalista (xiita) islâmica com uma das forças paramilitares mais poderosas do Oriente Médio.

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O grupo tem sua base principal na fronteira entre Líbano e Israel e pode se tornar uma ameaça imprevisível durante a guerra de Israel contra o Hamas, na Faixa de Gaza. Desde o início do conflito, Israel e Hezbollah têm trocado ataques menores.

O armamento avançado do grupo e o apoio do Irã torna o Hezbollah uma ameaça maior do que outros grupos radicais, como o Hamas.

Por quais crimes os investigados podem responder?

Pela legislação, os recrutadores e os recrutados devem responder pelos crimes de constituir ou integrar organizações terroristas e de realizar atos preparatórios de terrorismo, cujas penas máximas, se somadas, chegam a 15 anos e 6 meses de reclusão.

Os crimes previstos na Lei de Terrorismo são equiparados a hediondos, considerados inafiançáveis, insuscetíveis de graça, anistia ou indulto, e o cumprimento da pena para esses crimes se dá inicialmente em regime fechado, independentemente de trânsito em julgado da condenação.

Houve colaboração de Israel no caso?

A agência de espionagem de Israel, Mossad, trabalhou com os serviços de segurança brasileiros e outras agências internacionais para frustrar um ataque a judeus no Brasil planejado pelo grupo radical islâmico Hezbollah apoiado pelo Irã, disse o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

“Os serviços de segurança brasileiros, juntamente com o Mossad e agências adicionais de segurança e aplicação da lei internacionais, frustraram um ataque terrorista no Brasil, que havia sido planejado pela organização terrorista Hezbollah, dirigido e financiado pelo regime iraniano”, disse o gabinete de Netanyahu.

Israel sabia da presença do Hezbollah no Brasil?

O embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, disse à CNN saber há algum tempo da presença de integrantes do Hezbollah no Brasil.

“Sabemos há um tempo que Hezbollah tem pessoas aqui na área norte, mais perto de Venezuela, e na Tríplice Fronteira em Foz do Iguaçu. Já ouvimos há muito tempo que tem presença lá”, disse Zonshine.

Zonshine, porém, declarou que não sabia que havia “atividade” do grupo terrorista no Brasil.

“Mas não sabíamos que eles tinham atividade aqui. [Estar presente no Brasil] é diferente de planejar atentados contra judeus.”

Há suspeitos em outros países?

A Interpol procura no Líbano dois brasileiros suspeitos de planejar ataques a prédios importantes da comunidade judaica no Brasil.

A Polícia Federal conduziu buscas no Líbano pelos dois alvos, mas não os encontrou e, por isso, eles foram inseridos na difusão vermelha da polícia internacional.

Os brasileiros podem ser presos em qualquer país que faça parte da rede da Interpol.

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