Após conversar com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mais cedo neste sábado (9/12), o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, amenizou o tom nas falas sobre a Guiana. Duas horas depois, no entanto, ele seguiu reivindicando o território de Essequibo. “Não poderão ignorar a vontade soberana da Venezuela!”, escreveu no X, antigo Twitter. O local é disputado há décadas pelos dois países, tem 160 mil km² e concentra reservas de petróleo.
Nas redes sociais, ele chamou a Guiana de “Guiana Essequiba” e, partindo do pressuposto de que o território pertence à Venezuela, alegou que houve a “divisão do mar” e uma ameaça de construção de base militar dos Estados Unidos.
Maduro ainda citou o Comando Sul dos EUA, dias após a mesma divisão do Exército norte-americano anunciar operações militares na Guiana. O anúncio das operações militares dos EUA ocorreu em meio aos desentendimentos entre a Venezuela e a Guiana pela região de Essequibo.
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“Optamos pelo diálogo direto com a Guiana, mas as suas autoridades revogaram o Acordo de Genebra e começaram a dividir o nosso mar, ameaçando construir uma base militar para o Comando Sul dos EUA”, publicou Maduro nas redes sociais.
“Não contavam com a nossa astúcia, o povo saiu em defesa da Guiana Essequiba. Não poderão ignorar a vontade soberana da Venezuela!”, completou, na rede social X.
O Kremlin confirmou a viagem de Maduro à Russia, e a expectativa é de que ela ocorra neste domingo (10/12) ou na segunda-feira (11/12). O objetivo seria recorrer ao presidente russo, Vladimir Putin, o que ocorre após o anúncio da operação dos EUA na Guiana.
Apesar não haver um aparente interesse russo em uma guerra na América do Sul, a posição do conflito poderia explorar a reação dos Estados Unidos, que prestam apoio oficial à Guiana. Existe, ainda, uma chance minúscula de o Brasil se envolver no conflito, caso Maduro opte por usar Roraima para cercar a Guiana.
O aumento da tensão entre Venezuela e Guiana na disputa pela região do Essequibo tem deixado autoridades brasileiras em alerta para uma possível evolução do conflito. A diplomacia adota uma posição mais conciliadora enquanto, na fronteira, militares reforçam o efetivo.
Entenda a disputa
A região é disputada devido à grande quantidade de petróleo. Estima-se que haja potencial para 11 bilhões de barris do combustível fóssil, além de gás natural.
A descoberta da ExxonMobil no bloco de exploração Stabroek, localizado no offshore — ramo empresarial exterior em países com vantagens fiscais — guianês pode gerar 1,2 milhão de barris por dia até 2027.
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