POLÍCIA
MP investiga descumprimento de medida protetiva por Robson Cândido
O sistema de monitoramento que cruza informações da tornozeleira eletrônica e do aparelho de proteção à vítima detectou a aproximação do ex-delegado-geral da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) Robson Cândido da jovem vítima de stalking. A reportagem apurou que o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) está investigando o suposto descumprimento da medida protetiva.
Em nota, o MPDFT disse apenas que “está acompanhando o caso e os seus desdobramentos, mas não comenta feitos sob sigilo e diligências em andamento”.
Robson foi preso no dia 4 de novembro, durante operação do MPDFT, por usar a estrutura da corporação para perseguir a mulher com quem manteve relacionamento amoroso. Ele foi solto em 29 de novembro, com determinação judicial para usar tornozeleira e ficar a pelo menos três quilômetros de distância da ex-namorada.
O advogado do ex-delegado-geral da PCDF, Cleber Lopes, disse que “o limite de aproximação é de três quilômetros, ou seja, é absolutamente possível e até razoável que possa ter havido alguma aproximação acidental, dos dois lados, inclusive, o que foi detectado pela equipe de monitoramento e avisado a ambas as partes”. “Nada mais do que isso aconteceu”, enfatizou.
O Metrópoles teve acesso às imagens do sistema que mostram que o alerta de proximidade foi disparado duas vezes em um intervalo de 10 dias: às 11h58 de 4 dezembro e às 12h12 de 14 de dezembro. Veja:
A reportagem apurou que, no dia 4 de dezembro, a vítima estava no trabalho, no Metrô-DF, quando recebeu o alerta de aproximação de Robson, que durou 10 minutos. Dois policiais foram até o local e ficaram na porta para a segurança da jovem.
Dez dias depois, em 14 de dezembro, a jovem estava dirigindo próximo de casa quando recebeu um novo alerta de aproximação, por quase sete minutos. Nesse dia, o sistema detectou que Robson e a vítima estiveram na mesma rua, no mesmo momento.
A linha azul mostra o deslocamento do ex-diretor-geral da PCDF, e a rosa revela por onde andou a vítima. Robson Cândido mora no Park Way, e a vítima reside em Águas Claras. Veja no mapa:
A reportagem teve acesso a um relatório do sistema de monitoramento da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) segundo o qual, no dia 4 de dezembro, Robson “passou rapidamente pela zona de exclusão”.
No dia 14 de dezembro, de acordo com o documento, “monitorado e vítima, em deslocamento, se aproximaram rapidamente, gerando ocorrência da zona de exclusão, que rapidamente foi estabelecida” e cada um seguiu em percurso distinto.