RIO BRANCO
Boca do Acre enfrenta enchentes e negligência do poder público
A cidade de Boca do Acre, localizada a cerca de 950 km de Manaus, está enfrentando sérios problemas de alagamentos e falta de infraestrutura. No dia 3 de janeiro, as intensas chuvas causaram inundações em várias áreas do município, afetando centenas de moradores. As chuvas começaram no final da tarde e pioraram durante a madrugada, resultando em casas alagadas e ruas impraticáveis.
Boca do Acre tem uma história significativa, sendo um importante centro seringalista durante os anos de ouro da indústria da borracha. A cidade foi construída às margens dos rios Purus e Acre e está sujeita a enchentes periódicas. Para minimizar esse problema, foi criado o bairro do Piquiá, conhecido como Cidade Alta, que não corre o risco de ser inundado pelos rios. No entanto, mesmo os moradores da Cidade Alta não estão livres das águas pluviais, que invadem as casas devido à falta de saneamento, bueiros e sistema de drenagem adequados. Além disso, o acúmulo de lixo nas ruas e valas contribui para obstruções e propagação de doenças.
Os habitantes estão frustrados com a falta de ação por parte do poder público, que não investe na infraestrutura da cidade nem realiza obras preventivas e de melhoria. Eles afirmam que as chuvas não são eventos incomuns, pois temporais dessa magnitude são frequentes em Boca do Acre. A situação de alagamento não é uma ocorrência natural, mas sim uma consequência da negligência e do descaso das administrações anteriores, especialmente a gestão atual do prefeito Zeca Cruz. Segundo os moradores locais, apenas alguns privilegiados se beneficiam do sol, enquanto a população em geral fica desamparada na chuva.
A chuva que atingiu a cidade em 3 de janeiro começou por volta das 16h e durou até a manhã do dia seguinte. Toda a cidade foi afetada, e aqueles que não tiveram suas casas invadidas pela água e seus pertences destruídos se depararam com um cenário desolador nas ruas, dificultando as atividades diárias. Muitos moradores tiveram que agir durante a noite para tentar salvar seus pertences e evitar prejuízos ainda maiores.