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“Estou cansado, não durmo mais”, diz pai de passageira de helicóptero desaparecido
Sidney Santos, pai de Letícia, disse que já não aguenta mais a angústia de não ter uma notícia sequer. “Estou cansado, não durmo mais e nem me alimento corretamente”, desabafou o homem. O ‘Domingo Espetacular’ refez o percurso entre a cidade de São Paulo e Ilhabela, no litoral norte, feito pelo helicóptero que desapareceu desde o dia 31 de dezembro e conversou com especialistas. As buscas pelo piloto e os três passageiros já ultrapassa uma semana.
Letícia Ayumi, de 20 anos, foi convidada para fazer um passeio de helicóptero com sua mãe, Luciana Rodzewics, no último dia de 2023. As mulheres estavam acompanhadas de Rafael Torres, um amigo de longa data da família. O homem conhecia o piloto Cassiano Teodoro e ele foi responsável por organizar o voo para a praia de Ilhabela.
Em conversas com a torre de transmissão da cidade do litoral norte, Cassiano dizia estar tudo “colado”, um termo utilizados por pilotos para dizer que o trajeto tem baixa visibilidade. A aeronave chegou a pousar, mas pouco tempo depois decolou novamente.
O especialista em Direito Aeronáutico, Eduardo Alexandre Beni, contou que não se deve entrar em uma nuvem com muita neblina, ainda mais quando o helicóptero não é certificado para voar, nem sobre regras de instrumento, nem com condições meteorológicas adversas. “A condição do clima na serra do mar pode mudar a qualquer minuto. Todos os pilotos que vão até a serra do mar sabem disso”, relatou.
A Força Aérea Brasileira (FAB) e a Polícia Militar intensificaram as buscas na região do Parque Estadual da Serra do Mar, onde foi indicada a última localização das passageiras. O Domingo Espetacular sobrevoou toda a região de mata por onde a aeronave passou. A área equivale a mais de 600 campos de futebol, o que dificulta ainda mais a procura.
Além disso, a busca terrestre pelo helicóptero também aumentou. Agora, as autoridades caminham entre trilhas na esperança de encontrar pistas para revelar o mistério do sumiço dos quatro passageiros.
Silvia Santos, irmã de Luciana, contou que tem esperanças de que seus familiares estejam vivos. “Eu estou com essa fé que elas estão na mata, bebendo água do rio. Estou só esperando o helicóptero pousar para pegar elas”, relatou a mulher.