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RIO BRANCO
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ENTRETENIMENTO

Rainha de bateria é obrigada a fazer ultrassom para provar que não transportava drogas

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A rainha de bateria da escola de samba Acadêmicos de Realengo, Cíntia Barboza, foi vítima de racismo no último final de semana, no Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Ela estava pronta para viajar ao Benin, na África, quando foi impedida de embarcar por agentes da Polícia Federal, que suspeitaram que ela estava transportando drogas.

“Entrei na salinha, já que ela [a policial] solicitou. Ela colocou a luva, a moça da esteira também entrou para me revistar. Até aí, beleza. Eu tirei meu tênis, a minha roupa, a minha lace. A mochila ela apalpou, cheirou. E eu disse: ‘Vocês estão procurando uma coisa que estão perdendo tempo'”, explicou Cíntia.

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Cíntia teve a bagagem revistada duas vezes e foi obrigada a tirar a lace que usava no cabelo. Apesar de os policiais não encontrarem nada, ela foi levada até um hospital para realizar uma tomografia, para conferirem se ela não levava entorpecentes no sistema digestivo.

Como passou o dia inteiro no aeroporto sob investigação, Cíntia perdeu o voo. Segundo relatou nas redes sociais, ela não recebeu nenhum auxílio das autoridades, o que a fez perder o trabalho que faria em Benin. Com o dinheiro que receberia, ela pagaria a fantasia que vai usar no carnaval deste ano.

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A profissional disse que vai atrás dos direitos.

“Sou professora da prefeitura, dou aula para crianças e idosos. Para mim, é complicado, porque, no meu grupo de crianças, as mães estão recebendo mensagens. Para mim, é uma situação horrível. Mas eu não vou parar”, desabafou.

Em nota nas redes sociais, a Acadêmicos repudiou o ocorrido. “A Acadêmicos de Realengo vem por meio desta repudiar a ação e o racismo sofrido por nossa rainha de bateria no Aeroporto de Guarulhos por parte da Polícia Federal. Nossa escola não tolera e jamais apoiará qualquer tipo de preconceito, racismo, homofobia e qualquer intolerância contra o ser humano”.

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Também em nota, a Polícia Federal afirmou que repudia qualquer tipo de tratamento discriminatório e que vai apurar eventuais abusos. Segundo a corporação, Cíntia e outros cinco passageiros do voo com destino á Etiópia foram suspeitos de transportarem entorpecentes dentro do próprio corpo e, por isso, foram encaminhados ao Hospital Geral em Guarulhos para inspeção no aparelho body scan.

Três, dos seis passageiros levados, possuíam cápsulas acondicionadas no sistema digestivo e foram presos em flagrante.

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Veja a nota:

“A Polícia Federal informa que no dia 4/1, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, militares que atuam na Garantia da Lei e da Ordem (GLO) nos portos e aeroportos do Rio de Janeiro e de São Paulo, apresentaram na Delegacia da PF, seis passageiros do voo ET507 com destino à Etiópia, suspeitos de transportarem entorpecentes dentro do próprio corpo. Entre os passageiros estava a cidadã brasileira Cintia Francisco Barboza.

A PF, atuando como polícia aeroportuária, a fim de combater o tráfico internacional de entorpecentes, conduziu tais pessoas ao Hospital Geral em Guarulhos para inspeção corporal através do aparelho body scan.

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Três desses passageiros efetivamente possuíam cápsulas com drogas acondicionadas no sistema digestivo e foram presos em flagrante. Após a realização da inspeção, Cintia Francisco Barboza foi liberada.

A PF repudia e combate todo tipo de tratamento discriminatório, referente à etnia, raça, gênero, idade, nacionalidade, orientação sexual, condição social ou religião.

Eventuais abusos ou falhas na condução do procedimento serão apurados.”

 

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