POLÍCIA
Detento com problemas psiquiátricos morreu engasgado e família busca justiça
Um incidente ocorreu no presídio Manoel Neri, em Cruzeiro do Sul, resultando na morte do detento Cristiano Dias da Silva, de 46 anos. Segundo o Atestado de Óbito, Cristiano faleceu devido a asfixia por broncoaspiração de alimentos. O homem, que sofria de problemas psiquiátricos e epilepsia, engasgou e não resistiu.
Cristiano era paciente do Centro de Assistência Psicossocial (CAPS) e estava sozinho em sua cela quando passou mal. Ele foi levado ao Hospital do Juruá para receber atendimento médico e, após ser medicado, retornou à unidade prisional.
O diretor da unidade prisional, Elves Barros, informou que havia um cuidador na ala de Cristiano e que ele recebeu os devidos cuidados no hospital. No entanto, a família do detento planeja entrar com uma ação contra o Estado, alegando negligência no tratamento de Cristiano.
De acordo com Graciete da Silva Nascimento, prima de Cristiano, ele deveria tomar um medicamento por dia, mas estava tomando até três. Ela afirma que, devido aos problemas psiquiátricos, Cristiano não deveria estar no presídio e muito menos sozinho em uma cela.
A falta de um hospital psiquiátrico no Acre é apontada como um fator preocupante pela família. Graciete ressalta que, uma vez dentro do sistema prisional, os detentos são tratados como animais, mesmo que a Constituição garanta seus direitos. Ela relata que Cristiano vinha apresentando problemas de saúde há dias e, mesmo assim, estava sozinho na cela quando ocorreu a tragédia. Não havia profissionais de saúde acompanhando-o no presídio, apenas outro detento, que não estava presente no momento do incidente.
A família busca justiça pelo ocorrido e pretende obter o relatório da Assistência Social do Hospital do Juruá para embasar o processo. É fundamental que sejam investigadas as circunstâncias que levaram à morte de Cristiano e que medidas sejam tomadas para evitar que tragédias como essa se repitam no sistema prisional.