POLÍTICA
Flávio Bolsonaro explica o que houve com jet ski em operação da PF
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou, nesta quarta-feira (31/1), que não houve sumiço do jet ski utilizado por ele durante passeio no mar no momento da operação da Polícia Federal (PF) contra o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), que foi cumprir mandados de busca na casa de veraneio do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em Angra dos Reis (RJ).
Na última segunda-feira (29/1), a PF cumpriu mandados de busca e apreensão contra Carlos Bolsonaro. Agentes foram até a casa da família em Angra dos Reis, mas Carlos, Flávio e o ex-presidente Jair Bolsonaro não estavam no local. A família alega que teria saído para pescar.
Segundo fontes ouvidas pelo Metrópoles, um dos três jet skis utilizados pela família não teria voltado do mar enquanto os policiais estavam na casa. Em coletiva de imprensa nesta quarta, Flávio Bolsonaro afirmou que a embarcação era de um amigo e foi devolvida para o dono, sem citar nomes.
“Eu não voltei porque estava em um jet ski que não era meu, tive que devolver e depois fui para um almoço. Depois do almoço, voltei”, afirmou Flávio. O senador disse que a família Bolsonaro tem sido alvo de perseguição política.
“A PF levou materiais de várias pessoas que não tinham nada a ver com isso. O alvo era apenas o Carlos. Por que isso? Havia uma intenção não republicana de apreender os aparelhos dos quatro Bolsonaros. Eu não tinha nem que estar dando explicações de nada, eu não era alvo de nada. Eu podia continuar pescando e não deveria ter de voltar para lugar nenhum”, argumentou Flávio Bolsonaro.
Operações da PF
Carlos Bolsonaro, filho 02 do ex-presidente da República, foi alvo de mandados de busca e apreensão na segunda-feira. Agentes da PF estiveram na casa e no gabinete do vereador, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.
A operação é desdobramento da investigação da PF sobre um esquema de espionagem ilegal na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro. As buscas foram pedidas pela PF e autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após concordância da Procuradoria-Geral da República (PGR). Carlos entrou na mira da PF por ter sido supostamente recebedor de informações da chamada “Abin paralela”, segundo apuração do Metrópoles.
De acordo com as diligências, a Abin foi utilizada na gestão de Bolsonaro para espionar adversários e até mesmo aliados. Políticos, cidadãos sem mandatos e ministros do STF teriam sido espionados com o uso do software FirstMile.
Na última quinta-feira (25/1), foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão. O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), que foi diretor da Abin entre 2019 e 2022 e comandaria o esquema de espionagem ilegal, foi um dos alvos. Ele nega as acusações.