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POLÍCIA

Braiscompany: PF prende casal que ganhou R$ 370 milhões com pirâmide

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Após trabalho de cooperação internacional, a Polícia Federal e a Interpol na Argentina prenderam, na noite dessa quinta-feira (29/2), o casal brasileiro dono de empresa Braiscompany, investigada na Operação Halving.

A troca de informações que viabilizou a ação se deu entre a Superintendência da PF na Paraíba, o Escritório Central da Interpol em Brasília e sua congênere no país vizinho.

O casal foi condenado pela Justiça Federal em Campina Grande (PB) e tem penas somadas que superam 150 anos de prisão. Foragidos do Brasil há um ano, tinham os nomes registrados na Difusão Vermelha da Interpol.

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Autoridades da Argentina informaram que eles estavam em um condomínio de luxo quando foram presos. De acordo com a PF, o montante a ser reparado às vítimas é da ordem de mais de R$ 370 milhões, entre danos patrimoniais e coletivo.

A dupla presa segue à disposição da Justiça da Argentina enquanto tramita o procedido de extradição para o Brasil.

Operação Halving

A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) deflagraram, em 21 de julho do ano passado, a nova fase da Operação Halving, que investiga a Braiscompany, empresa de criptoativos suspeita de cometer crimes contra o sistema financeiro.

De acordo com a PF, o objetivo é investigar suposta lavagem de dinheiro e crimes contra o sistema financeiro e o mercado de capitais que teriam sido cometidos por sócios e colaboradores da Braiscompany.

A PF suspeita que tenham sido movimentados R$ 2 bilhões em criptoativos nos últimos quatro anos, por meio de “pirâmides financeiras”. Por decisão da 4ª Vara Federal da Seção Judiciária da Paraíba, foram bloqueados R$ 136 milhões dos investigados.

Chama-se de pirâmide financeira um esquema irregular e insustentável que gera dinheiro por meio da adesão desenfreada de novos participantes. Pode haver ou não a venda de produtos ou serviços.

As três fases anteriores da operação da PF ocorreram em fevereiro, abril e maio de 2023.

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Fundada em 2018, em Campina Grande (PB), a Braiscompany prometia aos clientes rendimentos de até 9% em operações envolvendo criptomoedas. Em abril, alguns clientes alegaram que haviam tido um prejuízo de US$ 260 milhões.

O caso Braiscompany

Como o Metrópoles mostrou em reportagens publicadas no início de 2023, a Braiscompany “aluga” bitcoins de clientes. Os criptoativos ficam custodiados em uma carteira gerida pela companhia. Em troca, ela oferece retornos com taxas que podem variar de 6% a 8% ao mês.

Clientes afirmam que, ao menos desde dezembro de 2022, os depósitos dos rendimentos estão atrasados. O problema pode atingir cerca de 12 mil investidores de todos os portes e um montante de R$ 600 milhões, embora sua real dimensão ainda seja desconhecida.

Desde o fim de janeiro do ano passado, o Ministério Público da Paraíba (MP-PB) apura denúncias contra a Braiscompany. A análise do MP tomou como base acusações feitas por investidores que não estão recebendo os rendimentos estabelecidos em contrato feitos com a companhia.

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