RIO BRANCO
Mulheres acreanas enfrentam diferença salarial de 18,3% em relação aos homens, revela pesquisa

O 1º Relatório de Transparência Salarial divulgado pelos ministérios das Mulheres e do Trabalho e Emprego revelou que no Acre as mulheres ganham em média 18,3% a menos do que os homens. Esse relatório, que é o primeiro do país a apresentar dados salariais com recorte de gênero, foi elaborado com base nas informações fornecidas por 104 empresas acreanas com 100 ou mais funcionários, em conformidade com a Lei nº 14.611 que trata da Igualdade Salarial entre Mulheres e Homens.
Entre os dados destacados no relatório, chama atenção a disparidade salarial em diferentes grupos ocupacionais. Por exemplo, em cargos de dirigentes e gerentes, a diferença chega a expressivos 35,6%. Além disso, o documento revela que apenas uma parcela das empresas possui políticas efetivas de apoio à equidade de gênero no ambiente de trabalho.
No Acre, cerca de 43,8% das empresas possuem planos de cargos e salários; 31,3% adotam políticas para promoção de mulheres a cargos de liderança; 10,4% têm iniciativas para apoiar a contratação de mulheres; e apenas 14,6% incentivam a contratação de mulheres negras. No entanto, ainda há um longo caminho a percorrer em termos de inclusão e igualdade nas empresas acreanas.
A análise do relatório também revela que poucas empresas adotam medidas como licença maternidade/paternidade estendida (10,4%) e auxílio-creche (14,6%). Esses números refletem um cenário desafiador em relação à promoção da igualdade de gênero no mercado de trabalho.
É importante ressaltar que essa disparidade salarial não se restringe ao Acre, sendo perceptível em diversos estados brasileiros. No Espírito Santo, por exemplo, as mulheres recebem 35,1% a menos do que os homens. Em estados como Paraná, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, as diferenças salariais são ainda mais alarmantes.
Em contrapartida, São Paulo se destaca como o estado com o maior número de empresas participantes no relatório. Ainda assim, as mulheres paulistas recebem em média 19,1% a menos que os homens. Esses dados evidenciam a necessidade urgente de implementação de políticas eficazes para promover a igualdade salarial e oportunidades iguais para todos.
